Um dia depois de incêndio em depósito, fumaça atrapalha moradores
Segundo moradores, todos os anos há registro de incêndios no depósito; Em de 2017 o fogo destruiu 4 mil metros cúbicos de madeira
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Cerca de 30 horas depois do início do incêndio que atingiu depósito de resíduos na Avenida Consul Assaf Trad, no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, a fumaça continua, cobre a região e atrapalha moradores na manhã deste domingo (11). Com o vento forte, o problema chega até a quem mora cerca de 500 metros do local.
Moradores da região reclamam que o problema se repete todos os anos. Um militar, que não quis se identificar e mora no bairro há 10 anos, acordou por volta de 3h de hoje com fumaça dentro do próprio quarto. Ele aponta que o maior problema é a saúde.
Segundo ele, por ser um depósito com grande concentração de madeira, plástico, vidro, papelão, entre outros produtos, a fumaça é tóxica. "A fumaça gerada pela queima desse lixo é tóxica e afeta a saúde. A pior de todas, por exemplo, é a fumaça da queima de colchão porque depois que você respira os fragmentos dela não são expelidos, ou seja, esse resíduo tóxico fica no pulmão", explica o militar.
A fumaça ainda deve mudar os planos para a comemoração do Dia dos Pais do militar. “Estou tentando comemorar o dia, mas com a fumaça constante provavelmente vamos ter que sair de casa e ir para minha sogra”, relatou.
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O militar ainda reclamou da falta de medidas de prevenção aos incêndios que sempre atingem o local. "O acumulado de lixo está muito grande, os amontoados já ultrapassam a altura do muro", diz. Segundo ele, a falta de cuidado com terreno do Exercito, que fica ao lado do deposito, também contribui para as queimadas, já que usuários de droga entram no local e podem.
A fumaça também atrapalhou o dia do mototaxita, Hilário Clemente de Souza Garcia, de 45 anos. Preocupado com a saúde, ele levou o neto de dois meses para a casa da sogra. Outro problema é sujeira. “Minha casa não fica limpa”, relata.
Segundo ele, agora os moradores estão organizando um abaixo assinado para retirar as atividades da empresa do local. “Aqui não é mais saída da cidade há muito tempo, hoje já é um bairro residencial”, completa.
A professora Rosimari Capelini Tartoreto, de 56 anos, afirmou que não adianta o que faça, a fumaça entra dentro de casa. “Não dá para sair de casa, não dá para abrir a porta”, reclama. Moradora da região há 4 anos ela afirma que a cada ano a situação só está piorando.
Com a fumaça constante, os moradores voltaram a acionar o Corpo de Bombeiros hoje, mas até o final da manhã os militares não voltaram ao local.