"Vamos ficar até sermos ouvidos", diz grupo ao voltar após 2ª desocupação
Prefeitura enviou máquinas para revirar área e evitar que sejam montados barracos
Manifestantes que acampavam em terreno no bairro Jardim Tijuca, em Campo Grande, "vão ficar até serem ouvidos" no local. As famílias estão na esquina de terreno da Prefeitura de Campo Grande, já foram retiradas no domingo, voltaram em seguida e enfrentaram até spray de pimenta hoje, mas voltam logo depois da ação da Guarda Metropolitana. Eles são moradores do Condomínio Nova Alvorada, no bairro São Jorge da Lagoa e estão sob ordem de despejo.
Nesta segunda-feira (13), o número estava em 10 pessoas durante a tarde, mas os manifestantes falaram que à noite vai aumentar a quantidade. Eles são monitorados por uma equipe da Ronda Escolar, para que não montem barracos na área que pertence à prefeitura.
Os manifestantes alegaram que uma equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) "revirou" o terreno para que fosse impedido de montarem barracas no local. Além disso, alegaram que houve desrespeito por parte da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
No momento em que os manifestantes estavam sendo entrevistados, as máquinas transitam pelo terreno. A Sisep foi questionada sobre a situação, mas não mandou respostas até o momento.
Roseli Alves, de 51 anos, relatou que os guardas municipais apontaram até uma arma para o neto de 10 anos. "Meu neto estava na calçada, eles o colocaram na rua. A gente estava lá dentro e vieram com violência. Jogaram bomba em nós. Levaram barraca, levaram tudo. Ficamos sem nada, sem água e sem comida".
Em vídeo, é possível ver que os agentes de segurança retirando um menino em cadeira de rodas e colocando na rua, para ficar fora da área pública.
Ane Lima, de 24 anos, afirmou que mais cedo uma mulher grávida teve de ir ao hospital para atendimentos médicos. "Pegaram a mulher à força e a jogaram no chão. Ela foi levada com sangramento".
Ela mora no condomínio e diz não ter condições de pagar aluguel. "A gente sempre via este terreno aqui [no Tijuca] sujo. Eu estou tentando um terreno, não tenho condições de pagar aluguel".
Pâmela Cristina dos Santos, de 22 anos, tem um filho com apenas 2 anos de idade. "Queremos que alguém da Prefeitura converse com a gente, porque nós queremos ouvi-los também".
A reportagem também entrou em contato com a GCM questionando sobre a abordagem dos agentes. Não houve retorno até o momento. O espaço segue aberto.
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