Vereador chama colega para briga e sessão é interrompida na Câmara
Pedido de informações sobre Proinc, feito por André Salinero, foi chamado de "eleitoreiro" por Francisco Telles
A sessão na Câmara Municipal de Vereadores foi interrompida por cerca de cinco minutos depois de bate boca protagonizado pelos vereadores André Salinero (Avante) e Francisco Telles (PSD) com direito até o “chamar para briga”, em nome da transparência do Proinc (Programa de Inclusão Profissional). A cena foi registrada em vídeo, mas por problemas de transmissão, apenas o aúdio permanece intacto. Veja:
A discussão começou no grande expediente, quando os vereadores, previamente inscritos, fazem pronunciamentos, incluindo os apartes dos colegas.
O vereador Francisco Telles, líder da prefeitura na Câmara Municipal, usou a tribuna para questionar requerimento apresentado por Salinero, em que ele pede ao presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho), Luciano Silva Martins, a relação completa de todos os beneficiários, com lotação atual, data de entrada e identificação de cada um.
“Esse é pedido eleitoreiro e politiqueiro, querer colocar em dúvida o trabalho do prefeito”, disse Telles ao criticar o pedido de informações.
O vereador questionou o motivo de Salinero e Jeremias Flores (Avante) pediram as mesmas informações em procedimentos diferentes. Flores enviou ofício há alguns dias e, segundo Telles, somente se não fosse respondido no prazo é que o requerimento poderia ser protocolado.
Em seguida, André Salinero, já inscrito, usou a tribuna e rebateu as acusações. “Não vou descer ao nível do vereador Chiquinho Telles, pela sua posição de líder de governo, às vezes tem que se sujeitar a coisas que eu, como homem, não me sujeitaria”, retrucou.
Fora do microfone, foi possível ouvir os gritos de Telles proferidos contra Salinero que, beneficiado por estar na tribuna, era ouvido por todos: “É um moleque (...) é vergonha pessoa votar em você da forma como o senhor se comporta”.
O vereador Carlos Augusto Borges, que presidia a sessão mandou que os microfones fossem cortados até que os ânimos fossem acirrados. Poucos minutos depois, quando o sistema foi restabelecido, ele devolveu a ordem de fala a Salinero, mas salientou que deveria se ater apenas ao requerimento, sem entrar em discussões.
Mas, não foi isso que aconteceu. Logo que pode usar o microfone, Salinero disse “É muito fácil gritar de longe, queria ver gritar aqui, frente a frente comigo”.
A confusão recomeçou, com gritos de Telles dizendo que estava sendo ameaçado. Na sessão, transmitida pelas redes sociais, é possível ouvir um vereador delatando o colega. “O Chiquinho está falando fora do microfone, falando absurdos”.
Carlos Borges interrompeu a sessão por cinco minutos. O requerimento da discórdia foi votado e foi negado, por 13 votos a 12.