Morador do Jardim Manaíra não aguenta mais visita da PM por “trotes” do vizinho
Morador da região relata que, na última semana, equipes da PM foram à sua casa três vezes na mesma semana
Moradores do Jardim Manaíra, em Campo Grande, relatam terem sido alvo de "trotes" feitos por um vizinho "problemático", que já foi detido por disparar tiros e apontar uma arma para pessoas que passavam pela região. Mais recentemente, o homem começou a ligar para a polícia, acusando os próprios vizinhos de ameaças e agressões falsas.
O autônomo Adriano José Santana Lima, de 39 anos, é um dos alvos recentes dos trotes. Ele relata que, na última semana, equipes da Polícia Militar, incluindo o Batalhão de Choque, estiveram em sua residência em três ocasiões consecutivas — na sexta-feira (8), no domingo (10) e na tarde de segunda-feira (11).
“Ele liga para a polícia dizendo que eu estou correndo atrás dele com uma arma. Acabei de sair da delegacia e já tem três boletins de ocorrência no meu nome”, desabafa Adriano.
Segundo ele, sua casa tem sido visitada por policiais há semanas devido às falsas denúncias. “Tem policial que já virou meu amigo de tanto que vem aqui. Ele já passou trote em outros moradores, mas ultimamente está focando em mim. Nunca briguei com ele, nunca nem falei com ele.”
Adriano afirma que os moradores já indicaram à polícia quem é o responsável pelos trotes, mas até agora nenhuma medida foi tomada. “Os policiais dizem que não há nada contra ele. A gente já mostrou quem é, mas nada foi resolvido. Não sabemos mais o que fazer.”
O pai do “atirador”, um idoso, teria relatado aos moradores que o homem sofre de problemas psicológicos. Adriano, inclusive, se ofereceu para ajudar em uma possível internação, mas a tentativa não teve sucesso. “Falei com o pai dele que era preciso interná-lo, porque isso pode acabar piorando. Ofereci ajuda, mas não deu certo.”
Tiros no bairro - De acordo com Adriano, em junho deste ano, o mesmo homem foi preso em flagrante após disparar tiros no bairro. Entretanto, ele foi liberado pouco tempo depois. Ainda em 2024, o morador foi alvo de um termo circunstanciado de ocorrência por ameaça contra Adriano.
No entanto, o juiz de direito David de Oliveira Gomes Filho determinou o arquivamento do processo, argumentando que “não há nenhuma ameaça narrada”.
A Polícia Militar orienta que moradores colaborem em casos de trotes. Caso o responsável pelas falsas denúncias seja identificado, a vítima deve estar disposta a ir até a delegacia para representar criminalmente.
“São dois crimes: calúnia contra a vítima, que depende da representação, e falsa comunicação de crime, que não exige que a vítima vá à delegacia, mas precisa da colaboração para identificar o autor”, explicou a PM.
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