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Capital

“Vivendo a base de calmante em busca de justiça”, diz mãe de Karolzinha

Marcia Liandro, mãe de jovem assassinada aos 23 anos, diz que não vai sossegar enquanto crime não for solucionado

Anahi Zurutuza e Ana Paula Chuva | 03/09/2020 13:43
Marcia de Souza Liandro, de 41 anos, mãe de Karolzinha, que justiça (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcia de Souza Liandro, de 41 anos, mãe de Karolzinha, que justiça (Foto: Henrique Kawaminami)

Num primeiro momento, Marcia de Souza Liandro, de 41 anos, preferiu não dar entrevista, mas revoltada por não ver Nayara Francine Nóbrega, a principal suspeita de matar Karolzinha, sair presa de delegacia, a mãe da vítima decidiu falar. “Estou vivendo à base de calmante para buscar justiça pela minha filha”.

Assim como a tia, Valquiria Lima, a mãe da jovem assassinada aos 23 anos nega qualquer envolvimento da filha com facção criminosa. “Isso é mentira”.

Sobre vídeo em que Marcia aparece dizendo “será sempre 3”, ela explica que era algo que Karolzinha costumava falar, já que criava sozinha os dois filhos, de 2 e 3 anos. Agora, continuará sendo “sempre 3”, a avó e as crianças.

A mãe diz que não vai descansar enquanto não ver o crime contra a filha solucionado. Ela quer a prisão de Nayara. “A menina está aí vivendo, enquanto meus netos ficaram sem mãe”.

Marcia se refere ao fato de Nayara ter se apresentado nesta quinta-feira (3), três dias após o crime, e por não ter sido presa em flagrante, ter direito a responder pelo crime em liberdade. A principal suspeita prestou depoimento nesta manhã, mas tudo indica que tenha deixado a delegacia em viatura da Polícia Civil.

Nayara Francine, de 22 anos, se apresentou acompanhada de advogado nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Nayara Francine, de 22 anos, se apresentou acompanhada de advogado nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)

Depoimento – Nayara chegou à 5ª DP (Delegacia de Polícia), em Campo Grande, por volta das 9h30 e conversou com a política por cerca de duas horas.

Por volta do meio-dia, uma viatura deixou a delegacia pelo portão dos fundos, na mesma hora que o advogado de Nayara, Sérgio dos Santos Franco, saiu pela porta da frente. O defensor não quis dar entrevista, não confirmou se a cliente confessou o crime, mas revelou que a polícia está à procura da arma usada no crime. “Ela está colaborando com as investigações”, limitou-se a dizer.

A suspeita provavelmente saiu junto com a equipe, ou por motivos de segurança, já que em frente à delegacia, cinco mulheres da família da vítima esperavam pela saída de Nayara, ou para ajuda nas buscas.

O delegado responsável pelo caso, Gustavo de Oliveira Bueno Vieira, não apareceu para dar declarações. Ele marcou coletiva de imprensa para as 9h dessa sexta-feira (4).

O crime – Carolina Leandro Souto, de 23 anos, conhecida como Karolzinha, foi morta com quatro tiros no fim da manhã de segunda-feira (31), quando estava sentada com as amigas em frente da casa onde vivia, na Rua Independente, no Jardim Aero Rancho, na região sul da Capital.

Ela chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu. Para a polícia, vizinhos disseram que Nayara era a atiradora.

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