Com adiamento de decisão sobre reajuste, Fórum fala em greve dos servidores
Com o possível adiamento da decisão quanto o reajuste salarial dos servidores estaduais, a eclosão de greve geral em Mato Grosso do Sul ganha contornos mais nítidos. “É muito provável que vamos parar”, afirmou o coordenador geral do Fórum dos Servidores Públicos de MS, Fabiano Reis de Oliveira.
Na manhã desta quarta-feira (28), o secretário de Fazenda, Márcio Monteiro, disse que o governo só deva bater o martelo sobre o reajuste em dezembro. Isso porque essa decisão depende da renegociação dos débitos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), etapa necessária para o alongamento da dívida com a União.
Monteiro disse, durante agenda hoje na Assembleia Legislativa, que o governo está aguardando o BNDES e o CMN (Conselho Monetário Nacional) emitirem uma resolução de como será feito a renegociação. “Precisamos disso para que os estados possam se habilitar para o prolongamento da dívida. A previsão otimista é de que isso seja finalizado até o fim do ano", afirmou.
Essa provável postergação foi recebida com descontentamento pelos representantes dos servidores estaduais. “Não dá mais para confiar no governo”, reclamou Oliveira.
Ele argumentou que, além da demora para decidir quanto o reajuste, o governo também prorrogou o abono de R$ 200 (concedido no ano passado), não incorporando esse benefício ao salário. “E ele [o governador] disse que faria isso [incorporar o abono ao salário]”, reforçou.
Reunião – O coordenador do Fórum, que também preside o Sindijus (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul), lembrou que há reunião marcada com o governador no dia 3 de julho (próxima segunda-feira) para discutir sobre o reajuste salarial.
“Os sindicatos estão mobilizando seus trabalhadores para essa reunião”, contou. Oliveira informou que amanhã (29), os coordenadores do Fórum se reúnem para discutir estratégias para a reunião com o governo.
“Mas penso que a decisão será de parar mesmo”, disse. No entanto, isso dependerá de cada categoria e seus sindicatos. Conforme o resultado do encontro com o governador, os sindicatos devem marcar assembleias gerais para decidirem quanto o indicativo de greve.