Consórcio irá negociar recursos e mudanças na duplicação da BR-163
O consórcio formado por 20 cidades do Estado irá discutir mudanças e impactos que irão ocorrer com a duplicação da BR-163, em Mato Grosso do Sul. Além disso, vão negociar os valores advindos do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) correspondentes às obras, que segundo levantamento, deve gerar R$ 1 bilhão nos primeiros cinco anos aos municípios.
O protocolo de intenções deste consórcio foi assinado hoje (12), no gabinete do prefeito Gilmar Olarte (PP), em Campo Grande. Além da Capital, fazem parte deste grupo Dourados, Caarapó, Camapuã, Douradina, Eldorado, Itaquiraí, Jaraguari, Juti, Mundo Novo, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Pedro Gomes, Rio Brilhante, Rio Verde, Rochedo, São Gabriel do Oeste e Sonora.
O diretor executivo da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Alan Monteiro, afirmou que com a formação deste consórcio, os municípios poderão negociar e debater em igualdade com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e com a empresa CCR, responsável pelas obras e administração desta concessão durante 30 anos.
O prefeito Gilmar Olarte (PP) ressaltou que com esta organização haverá equilíbrio nesta discussão, para que atenda aos interesses de todos os municípios. "Temos várias questões que devem ser analisadas, como a Universidade Agrária aqui na Capital e outras situações em cidades que poderão afetar a economia local", apontou ele.
Ele lembrou que em determinadas ocasiões irá precisar de trajetos diferentes para não gerar prejuízo para este ou aquele município. "Temos a capacidade de nos aglutinar e termos mais força na hora de negociação, sabemos que seremos beneficiados com a obra, mas sempre aparecem os problemas".
Prefeitos - O presidente do consórcio, o prefeito de Rio Verde, Mário Kruguer, ressaltou que esta união fará a diferença na mesa de discussões com a empresa CCR, já que os municípios de forma individual não conseguiriam o mesmo alcance e respeito.
"Esta obra vai nos beneficiar muito, mas precisamos estar preparados para as mudanças, sabemos que irá gerar recursos através dos impostos, que iremos investir em saúde". O prefeito ainda citou que a estrutura montada pela empresa irá dar apoio nos acidentes na rodovia.
Já o prefeito de Naviraí, Léo Matos, lembrou que as cidades precisam estar atentas aos impactos desta obra, principalmente na ajuda aos cofres públicos. "Iremos utilizar os recursos para saúde e apoio a obras do município, onde precisamos dar contrapartida".
Para Marcelo Dualibi, prefeito de Camapuã, a duplicação da BR-163 além de ser importante no ramo econômico irá diminuir o número de acidentes no local. "Nós temos que vir toda semana para Campo Grande e usamos a rodovia, sempre é um risco de acidente, temos que mudar este contexto".
Francisco Vanderlei Mota, prefeito de Pedro Gomes, lembrou que a formação deste consórcio foi após quatro reuniões sobre o tema, o que mostra que os prefeitos estão organizados e preparados para esta mudança. "Nós dependemos do ICMS e do FPM para sobreviver, agora teremos uam nova receita a disposição".
O prefeito de São Gabriel do Oeste, Adão Rolim, ponderou que esta duplicação era um desejo geral de todos, mas que toda ação modifica e gera impactos. "Temos que potencializar os benefícios, nós sabemos que os municípios não tem autonomia financeira, estão em crise, tudo fica com o governo estadual e federal", lembrou.
Obra - A CCR tem um prazo de cinco anos para realizar a duplicação da rodovia, de Sonora até a cidade de Mundo Novo. Neste primeiro ano, esta precisa cumprir a extensão de 80 quilômetros, implantando no segundo semestre uma série de serviços, como sistema de controle de tráfego, sistema de atendimento aos motoristas, prevendo atendimento médico e socorro mecânico, além de instalação de pontos de apoio e parada.