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Cidades

Crise do combustível reduziu movimento de ônibus a mototáxi

Além da diminuição dos ônibus, corridas de táxi, mototáxi e aplicativos de transporte também diminuíram

Izabela Sanchez e Liniker Ribeiro | 29/05/2018 17:05
Filas de motos no ponto de mototáxi, reflexo da diminuição nas corridas (Paulo Francis)
Filas de motos no ponto de mototáxi, reflexo da diminuição nas corridas (Paulo Francis)

A greve dos caminhoneiros criou um efeito dominó. Com menos acidentes de trânsito, a cidade ficou mais tranquila e teve quem deixou de transitar pelas ruas. A queda no movimento foi sentida no transporte coletivo. O Consórcio Guaicurus – responsável pelo transporte público na cidade – opera com 50 ônibus a menos, de um total de 598. Além dos ônibus, houve diminuição no transporte particular.

No centro da cidade, mototaxistas estavam encostados e conforme explicaram, as corridas diminuíram em cerca de 80%. Os motoristas avaliam que as pessoas estão saindo menos de casa. É o que explicou o mototaxista Darci Ferreira Gomes, 49.

“Estamos sentindo muito a baixa no movimento. As corridas caíram cerca de 80%, isso porque o movimento no centro diminuiu. Parece que as pessoas não querem gastar ou estão gastando com combustível e deixando de vir pra cá. Hoje até que as quantidade de pessoas aumentou, mas ontem foi bem pequeno o movimento”, comentou ele.

Neide de Freitas Souza afirma que os mototaxistas costumam fazer entre 15 e 20 corridas pro dias. Juntando todos os mototaxistas do ponto, afirma, não totalizam nem 10 corridas.

“Está difícil para todo mundo, eu passo por outros pontos na cidade e estão sempre lotados de mototaxistas, a exemplo do shopping e do camelódromo. E o reflexo está aqui ó”, disse Valdivino Florentino, apontando para as motos paradas.

“Cheguei hoje às 6h10 e dá pra contar no dedo as corridas que eu fiz. E se está assim agora, imagina amanhã que já tem movimento menor”, afirmou.

Os taxistas também sentiram o reflexo. Taxista há 21 anos, José Moura, 61, afirma que “nunca viu uma situação assim”.

“Primeiro foram os ubers, agora a greve. Agora já está normalizando, acabaram as filas, mas cheguei a ficar 2h na fila para abastecer. Entre ontem e hoje rodei só 80km. O movimento caiu de vez”, afirmou.

Taxistas sentiram diminuição nas corridas com a greve (Paulo Francis)
Taxistas sentiram diminuição nas corridas com a greve (Paulo Francis)

Presidente do Sintáxi-MS (Sindicato dos Taxistas de Mato Grosso do Sul) Bernardo Quartin, afirma que a frota ficou apreensiva com a greve.

“Afetar, afetou, a frota ficou apreensiva com o desabastecimento. As pessoas preferiram ficar em casa. Quem pode ficar em casa, ficou em casa. E num segundo momento afeta porquer o combustível aumentou. O nosso lucro passa a ser ainda pior, nós estamos trabalhando pra pagar uma conta que não é nossa”, explicou.

Os aplicativos de transporte também foram atingidos. Conforme o vice-presidente da AMU (Associação dos Motoristas Autônomos e por Aplicativo de Mobilidade Urbana), Douglas Nathan da Silva, o movimento durante o final de semana caiu cerca de 30%.

“Chegou a diminuir as corridas sim, a gente é a favor da manifestação pelo tanto de impostos que a gente paga. Mas diminuiu o volume de chamadas porque o pessoal não estava querendo sair de casa. Diminuiu no final de semana uns 30%”, comentou.

A diminuição do número de ônibus, ainda assim, ajudou os motoristas. “Agora começou a aumentar depois que diminuíram os ônibus, porque não consegue pegar ônibus, aí tive muita chamada esses dias”, afirmou.

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