Decretada prisão preventiva de envolvidos na Las Vegas
O juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar, decretou a prisão preventiva dos 17 envolvidos na organização criminosa que explorava jogos de azar em dois cassinos de Campo Grande. Eles foram presos na operação Las Vegas, deflagrada pela PF (Polícia Federal) dia 20 de maio.
Os envolvidos no esquema estavam presos com base em mandado de prisão provisória temporária, decretada na fase de investigação. Neste caso, existe tempo determinado para a manutenção dos suspeitos presos, que primeiro foi de cinco dias e acabou prorrogado por mais cinco. O mandado vencia hoje e o juiz decidiu decretar a prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.
Investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado apontaram que a organização criminosa funcionava há pelo menos três anos. As ações eram coordenadas pelo major aposentado da Polícia Militar Sérgio Roberto de Carvalho, que já foi preso por tráfico e estava em liberdade provisória.
O major Carvalho mantinha cassinos em Campo Grande e na Bolívia. A Justiça decretou a prisão de Carvalho e dos outros envolvidos no esquema, entre eles: Nedina Pereira da Silva (gerente dos escritórios), Cláudia Pompeu de Carvalho (gerente do cassino Mansão ou Casarão, na Vila Planalto) e Paula Jaqueline Lopes (gerente do Cassino Caju, no Bairro São Francisco).
Também tiveram prisão preventiva decretada os militares Paulo Roberto Xavier (capitão da PM - gerente de logística e segurança da organização), Odilon Ferreira da Silva (auxiliar da gerente Nedina) e Marco Massaranduba (cabo da PM e que teria a função de auxiliar do capitão Paulo Roberto Teixeira).
A Justiça decretou ainda a preventiva de: Marcos Aurélio de Freitas (responsável pela distribuição das máquinas nos pontos), Robson Ribeiro Motta (responsável pela distribuição de máquinas nos pontos), Marcel Rodrigo de Carvalho Simões (responsável pela montagem, inserção da programação dos jogos e pelo conserto das máquinas caça níqueis da organização), Maicon dos Anjos Mussi (auxiliar do Marcel), Diones Magalhães Silva (emprestou o nome para abertura de uma empresa utilizada pela organização, além de fazer serviço de rua, como contato com bancos e de ordem administrativa para a organização), Marcelo Pereira de Souza (contador da organização), Luiz Bernando da Silva Filho (responsável pela distribuição de máquinas em Campo Grande), Jean Carlo Toro Padovani (técnico de informática e ajudante na distribuição de máquinas) e Andrey Galileu Cunha (teria sociedade com o chefe da organização criminosa no Cassino Caju).
Durante a operação Las Vegas, foram expedidos 19 mandados de prisão, dos quais dois não foram cumpridos. Estão foragidos: Marcelo Santana Vaz e Luís Marcelo Villalba Campista. Para a Polícia, Marcelo já deixou o Brasil.
Na operação, foram apreendidos R$ 77 mil e mais US$ 1,7 mil, além de 97 máquinas caça-níqueis, 18 veículos, computadores, notebooks e uma aeronave, que era usada pelo major Carvalho no deslocamento entre Mato Grosso do Sul e a fronteira com a Bolívia, onde o policial aposentado foi preso.
As investigações apontaram ainda que a jogatina podia ser feita até das casas dos apostadores, que compravam raspadinhas com senhas, as quais davam direito à realização de apostas. O prêmio nestes casos chegava a R$ 450 mil.