ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Doença do momento, gripe matou quatro vezes mais que dengue em 2016

Neste ano, 67 pacientes com gripe morreram; a dengue foi responsável por 15 óbitos

Anahi Zurutuza | 03/07/2016 08:25
Desde o início do inverno, a Santa Casa opera no limite; pacientes com gripe e em estado grave são levados para lá (Foto: Guilherme Henri)
Desde o início do inverno, a Santa Casa opera no limite; pacientes com gripe e em estado grave são levados para lá (Foto: Guilherme Henri)

Embora sejam doenças com formas de transmissão e combate completamente diferentes, as duas são causadas por vírus e muito temidas pela população. Em Mato Grosso do Sul, a dengue e a gripe já mataram 82 pessoas neste ano. Contudo, a influenza pode ser considerada “doença da vez”.

Até o dia 22 do mês passado, conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), o vírus da dengue havia contaminado 57.288 pessoas, metade no número de pacientes que tiveram a doença em 2013, ano da maior epidemia já enfrentada no Estado, quando 102.026 foram diagnosticados com a patologia.

Contudo, a doença de 2016 é a gripe, que começou a fazer vítimas antes do período mais frio e seco do ano, quando a circulação dos vírus causadores – influenza A e B – é maior.

Apesar do número de notificações da doença – 1.166 até o dia 28 de junho – corresponder a somente 2% da quantidade de casos registrados de dengue, a gripe matou 67 pessoas neste ano, quatro vezes mais que a patologia transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que causou a óbito de 15 pacientes.

Em 2016, a gripe já matou nove vezes mais pessoas que no ano passado, quando sete pacientes com a influenza morreram, e três vezes mais que em 2014, quando 21 óbitos foram registrados.

Das 67 mortes que ocorreram neste ano, 63 são provocados pela gripe A H1N1, uma pelo vírus A não subtipado e três pela gripe B, conforme as informações da SES.

Circulação de vírus da gripe aconteceu antecipadamente, explica Rivaldo Venâncio (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)
Circulação de vírus da gripe aconteceu antecipadamente, explica Rivaldo Venâncio (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)

Por quê? – O médico infectologista Rivaldo Venâncio Costa explica que o fato do vírus da gripe ter começado a circular mais cedo neste ano contribuiu para que a doença fosse mais letal. Em março, casos e mortes já começaram a ser registradas, enquanto que, em geral, as notificações começam a ser feitas em maio. Ninguém havia se vacinado ainda.

O infectologista alerta ainda para a subestimação da importância da vacina. “Isso tanto pela população, quanto pelas autoridades. Tanto é que todo ano tem o sufoco da secretaria atrás das grávidas e neste ano, teve a correria da população atrás de vacina, que está difícil de encontrar”, comentou.

Conforme o sistema SPNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização), em Mato Grosso do Sul, 95,76% da população-alvo foi vacinada – 557.681 do total de 582.399 que fazem parte dos grupos de risco. Contudo, apenas 79,36% das gestantes estão imunizadas, 26.219 das 33.039 existentes no Estado, conforme o cálculo do Ministério da Saúde. Ou seja, 6.820 grávidas ainda precisariam tomar a vacina.

Notificações – O médico ressalta que o número de casos de gripe registrados pela SES não pode ser tomado como base, uma vez que muitos pacientes sequer chegam a uma unida de saúde. “A diferença é que a gripe não é uma doença de notificação compulsória, mas a dengue é. Pela forma de transmissão, a gripe atinge uma quantidade de pessoa infinitamente maior que a dengue. Por baixo, no Estado, umas 200 mil pessoas já devem ter tido gripe neste ano”, concluiu.

Nos siga no Google Notícias