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Cidades

Em crise financeira, empresa demite 400 trabalhadores no Estado

Aline dos Santos | 20/12/2011 17:40

Nesta semana, a CGR Engenharia teve deferido o processo de recuperação judicial, medida legal destinada a evitar a falência.

Com sede na Vila Planalto, empresa tem mais de 15 anos. (Foto: João Garrigó)
Com sede na Vila Planalto, empresa tem mais de 15 anos. (Foto: João Garrigó)

Em crise financeira, a CGR Engenharia demitiu 400 trabalhadores em Coxim, Camapuã, Água Clara e Campo Grande. Nesta semana, a empresa teve deferido o processo de recuperação judicial, medida legal destinada a evitar a falência. A empresa tem mais de 15 anos no mercado.

As demissões começaram em novembro e o Sinticop/MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada) começou hoje, por Coxim, rodada de reuniões com os trabalhadores e representantes da empresa.

De acordo com o assessor jurídico do sindicato, advogado Luiz Mesquita Bossay Júnior, os demitidos vão receber o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), mas a forma de pagamento das verbas rescisórias só será definido após 60 dias, quando vence o prazo dado pela justiça para que a CGR apresente seu plano de recuperação.

“Quando o documento ficar pronto, terá uma assembleia de credores, para definir a ordem de pagamento. E, claro, vamos tentar garantir o direito dos trabalhadores”, salienta o advogado. Em caso de salário atrasado, a legislação determina o pagamento imediato dos valores.

O plano de recuperação será elaborado por uma consultoria determinada pela justiça. Conforme a Nova Lei de Falências, em vigor desde 2005, a quitação da dívida com todos os credores pode levar anos.

Na sede da CGR, na Vila Planalto, é constante o ir e vir de trabalhadores e prestadores de serviços. Os primeiros querem saber o local e horário da rescisão contratual. Na mesa da recepção, já há uma pilha de folhas informando o endereço do sindicato em Campo Grande.

Enquanto os representantes de empresas querem receber. “Venho aqui quase todo dia”, relata Marivaldo dos Santos, representante da empresa Catarino Rosa de Souza, que executou serviços de construção de meio-fio e caçada. O pagamento da dívida de R$ 6.313 está atrasado há dois meses e meio.

O assistente administrativo Everton Borges conta que a empresa João Número 1 dos Chassis tenta há um mês receber os R$ 1.800 pelo serviço de manutenção de veículos.

A equipe do Campo Grande News chegou à empresa junto com o titular da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), o vice-prefeito Edil Albuquerque (PMDB). Ele não revelou o motivo da visita.

À reportagem, a CGR informou que se manifestaria somente por meio da assessoria de imprensa e que no mais tardar amanhã emite uma nota oficial sobre a situação da empresa.

A nota oficial deve informar que as demissões não são exclusivamente por conta da crise financeiro, mas também por conclusões de obras e recesso do final de ano, promete honrar todos os seus compromissos com os funcionários e fornecedores e que no início de 2012 deve retomar as contratações.

Obras Públicas – No momento, a CGR Engenharia Ltda é responsável por executar duas obras do governo do Estado: a pavimentação da MS-436, entre os municípios de Figueirão e Alcinópolis e da BR-359, entre a cidade de Coxim e a divisa com o Estado de Goiás.

De acordo com o secretário estadual de Obras Públicas e Transportes, Wilson Cabral, as obras estão paradas por conta do recesso de fim de ano, prática usual adotada pelas empresas do setor.

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