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Cidades

Em MS, presos respondem por 20% dos novos casos de tuberculose

Superlotação favorece proliferação de doença, afirma estudo

Osvaldo Junior | 09/05/2017 17:55

Em Mato Grosso do Sul, a população carcerária responde por 20% dos novos casos de tuberculose. O dado integra pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O índice, considerado elevado, está relacionado com a superlotação nos presídios do Estado.

Conforme a universidade, há, nas 37 instituições prisionais de Mato Grosso do Sul 12.306 cumprindo pena. A população nos presídios é maior de que alguns municípios, como Deodápolis e Paranhos, por exemplo.

De acordo com o infectologista e professor da UFGD, Júlio Croda, coordenador do projeto "Estratégias para o controle da TB em prisões", o número elevado de pessoas privadas de liberdade pode impactar nos indicadores da doença em toda a sociedade. "Isso significa que, se controlarmos a tuberculose nessa população de risco, que é pequena, quando comparada aos 2,5 milhões de habitantes do Estado, poderemos eliminar a doença e atingir a meta da Organização Mundial da Saúde", defende o pesquisador.

Conforme a UFGD, apesar de as condições de construção dos estabelecimentos penais favorecerem, de modo geral, a circulação de ar, a superlotação por si só leva ao aumento da transmissão, da incidência e impacta significativamente nos indicadores da doença. “Os estudos iniciais sugerem que mais de 50% da transmissão da doença em Dourados e Campo Grande estão relacionadas aos presídios”, afirma a universidade.

Segundo Croda, o quadro vem se intensificando nacionalmente e, com a crise econômica, aumento da pobreza e diminuição dos investimentos na construção de novos estabelecimentos penais, este cenário só tende a piorar.

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