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Cidades

Em pouco mais de sete anos, MS registra 109 mortes por leishmaniose

Nyelder Rodrigues | 23/06/2017 22:47
Aplicação de veneno para matar o mosquito vetor da doença é uma das formas de prevenção (Foto: Marlon Ganassin/Arquivo)
Aplicação de veneno para matar o mosquito vetor da doença é uma das formas de prevenção (Foto: Marlon Ganassin/Arquivo)

Mato Grosso do Sul registrou 109 mortes de humanos por leishmaniose visceral desde 2010, conforme dados divulgados neste mês pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e atualizados até 29 de maio no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Neste mesmo período, ocorrer 1.513 casos da doença no Estado.

Aos números oficiais, a reportagem já acrescentou a morte da menina de sete anos Yasmin Victória de Souza Santos, que aconteceu em Campo Grande no dia 12. Porém, a garota é de Três Lagoas e foi diagnosticada em setembro do ano passado.

Conforme o documento, em 2017 já há 49 casos e cinco mortes causadas pela doença - acontecidas em Campo Grande, Corumbá, Dourados e Ladário, além de Três Lagoas. Em todo ano passado, foram dois óbitos na Capital, dois em Rio Verde de Mato Grosso, um em Jardim e outro em Coxim. A doença fez 102 vítimas em 2016, segundo a SES.

O ano com o maior pico de mortes foi 2013, com 22 falecimentos e 238 casos registrados, enquanto que em 2012 foram 330 casos registrados - o maior do período -, porém houve 20 mortes. Em Campo Grande, foram 13 mortes em 2012 e 12 no ano seguinte.

Durante os cinco meses de apuração de casos da doença em Mato Grosso do Sul, a Capital, até por ser mais populosa, aparece no topo dos registros. São 21 casos na cidade, seguida por Corumbá, com seis, Três Lagoas com cinco, Ladário e Aquidauana, com quatro cada, e Ponta Porã, com dois casos verificados no período.

Completam a lista, com um caso de leishmaniose visceral registrado em cada uma delas, as cidades de Alcinópolis, Dourados, Anaurilândia, Bataguassu, Brasilândia, Rio Negro e Rio Verde de Mato Grosso.

Pequena Yasmin ficou no Hospital Universitário durante o tratamento, mas não resistiu (Foto: Reprodução/Arquivo familiar)
Pequena Yasmin ficou no Hospital Universitário durante o tratamento, mas não resistiu (Foto: Reprodução/Arquivo familiar)

Homens mais expostos - O boletim da SES ainda indica que a maioria dos casos de infecção aconteceram em 2017 tiveram como vítimas homens, principalmente os acima de 30 anos - 29 pessoas do sexo masculino, 21 deles com mais de 30 anos.

"O predomínio de casos no sexo masculino sugere que homens estariam mais expostos ao vetor, em função de atividades ocupacionais e comportamentais próximas à fonte de infecção", explica o documento.

Em relação ao sexo feminino, as maiores vítimas são crianças abaixo dos 5 anos. São 10 casos. "Reforça a ideia de que a transmissão é mais facilmente difundida nos ambientes peridomiciliar e intradomiciliar. Outros fatores como, carência nutricional e sistema imunológico imaturo também contribuem para incidência elevada da doença nessa faixa etária".

Alerta - Desde 2002, Campo Grande é considerada como área endêmica da leishmaniose em humanos e cães. Entre 2014 e 2016, nove municípios do Estado estão na faixa de alerta sobre a doença. Quatro deles estão na classificação "intensa".

A média de casos no período registrada em Ladário, Anastácio, Dourados e Rio Verde é de, respectivamente, 2,7, 3, 4 e 4,3, números considerados moderados. Já Coxim, Aquidauana, Corumbá e Três Lagoas estão na classificação máxima, com média de 5, 5,3, 9 e 9,3, respectivamente. A Capital lidera o ranking, com média 73,7.

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