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Cidades

Em três meses, seis foram assassinadas e 164 estupradas em MS

Também já foram registrados 2.899 crimes de violência domésticas e sete casos de assédio sexual - crime previsto desde 2001 no Código Penal

Viviane Oliveira e Mayara Bueno | 08/03/2018 14:56
Casa onde Katiuce Arguelho dos Santos foi morta a facadas (Foto: André Bittar)
Casa onde Katiuce Arguelho dos Santos foi morta a facadas (Foto: André Bittar)

Feminicídio, assédio sexual, estupro, violência psicológica e física. No Dia Internacional da Mulher dados sobre crimes, principalmente motivados pela condição de gênero, mostram que muita coisa ainda precisa avançar. O ano de 2017 fechou com 27 feminicídios, 1.473 estupros e 18.475 violência doméstica no Estado.

De janeiro até agora, por exemplo, seis mulheres já foram vítimas de feminicídio, dois casos a mais que o registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Também já foram registrados 164 estupros, 2.899 crimes de violência domésticas e sete casos de assédio sexual - crime previsto desde 2001 no Código Penal. Outro dado alarmante, segundo o 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado em 2017, é o crime de estupro. Mato Grosso do Sul liderou o ranking dos Estados com a maior taxa percentual, totalizando 54,4 estupros para cada 100 mil habitantes. 

Para a promotora de Justiça Ana Lara Camargo, esses dados refletem tanto problema de ordem pública quanto um problema sociocultural de machismo, de desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres, a formação sociocultural se refere à cultura do estupro, uma certa aceitação na culpabilização da vítima.

O descaso do Poder Público, segundo a promotora, também contribui: a questão da iluminação pública, da precariedade do transporte público, da dificuldade de identificação desses autores, a questão da fragilidade da prova pericial, da falta de recursos e investimentos da prova pericial, além da questão de falta de capacitação dos agentes que trabalham com isso.

Renato matou a mulher Halley e fugiu. Depois de alguns dias ele foi encontrado morto com tiro na cabeça (Foto: reprodução/Facebook)
Renato matou a mulher Halley e fugiu. Depois de alguns dias ele foi encontrado morto com tiro na cabeça (Foto: reprodução/Facebook)

Casos - No dia 1º de janeiro, por exemplo, Flávio Santos Mota Feliz, 20 anos, matou a mulher a golpes de faca e na sequência cometeu suicídio se enforcando com uma corda. O caso na Rua Dona Francisca Stradiotti, no Centro de Nova Alvorada do Sul. Maria de Fátima de Jesus, 34 anos, foi morta com pelo menos cinco facadas na região das costas e tórax.

Nove dias depois, Thalita Vieira Leandro Seladia, 19 anos, foi morta com tiro na testa, por volta das 20h de ontem (9), na Rua Leonel Barbosa de Souza, em Vista Alegre, distrito de Maracaju. O autor foi o marido, Irineu Bairros, que confessou o crime ao patrão antes de fugir.

Morta com pelo menos três tiros na casa onde vivia com as três filhas, Halley Coimbra Ribeiro Junqueira, 38 anos, foi morta com pelo menos três tiros no dia 14 de janeiro, no Jardim Santa Júlia, em Três Lagoas. O autor, Renato Bastos Ottoni, 62 anos, ex-marido da vítima, fugiu e foi encontrado morto dias depois. Ele cometeu suicídio, segundo a polícia.

Na noite do dia 22 de janeiro, Katiuce Arguelho dos Santos, 31 anos, foi morta com pelo menos 18 facadas, por volta das 21h30, na Rua Internacional, no Bairro Santa Emília, em Campo Grande. O ex-namorado da vítima, Bruno Mendes de Oliveira, 29 anos, foi preso dias depois.

Aos 42 anos, Larissa Souto Pereira de Freitas foi assassinada pelo ex-marido, Marcos Sérgio da Silva Castro, 48 anos, na tarde do dia 9 de fevereiro, no Jardim Alvorada, em Três Lagoas. Após o crime, ele cometeu suicídio. 

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