Engenheiro envolvido na Lama Asfáltica tenta aposentadoria do governo
Roberto Mariano é servidor público da Agesul e foi preso na segunda fase da investigação
Investigado e preso pela Operação Lama Asfáltica, o fiscal de obras da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Roberto Mariano de Oliveira, está tentendo se aposentar do governo estadual. A averbação de tempo de serviço, que é o registro do período de contribuição de trabalho, está no Diário Oficial desta terça-feira (26).
Roberto Mariano está na lista de 15 pessoas que foram presas na segunda fase da investigação da PF (Polícia Federal), a chamada Fazendas de Lama, que apurou desvios de recursos públicos de obras estaduais. A investigação indentificou R$ 44 milhões de desvio e que foi formada uma rede de "laranjas", composta por familiares e terceiros, para lavagem do dinheiro de origem ilícita. A filha do servidor, Mariane Mariano Oliveira, também chegou a ser presa.
Nesta terça-feira, a publicação do governo autorizou a averbação requerida pelo servidor "para fins de aposentadoria". Foram computados 3.437 dias de tempo de contribuição, prestados ao Dersul (Departamento de Estradas e Rodagem de Mato Grosso do Sul), de 1º de junho de 1979 a 31 de outubro de 1988.
O secretário da SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), Carlos Alberto Assis, confirmou que o servidor está pleiteando a aposentadoria. "É um direito adquirido, para que depois ele possa comprovar o tempo de trabalho". Atualmente, Roberto Mariano está afastado de suas funções. O titular da pasta não deu detalhes de quando sairá e de quanto será a aposentadoria de Roberto Mariano.
Em 21 de junho, em outra publicação do Diário Oficial, Beto Mariano aparece na relação de funcionários que tiveram tempo de contribuição registrado para efeito de promoção funcional. Em relação a ele, foram computados 1.581 dias, contados a partir de 1º de julho de 2011.
Desvios - Conforme dados divulgados anteriormente pela CGU (Controladoria-Geral da União), o valor de R$ 44 milhões em desvio é resultante da soma das duas fases: R$ 11 milhões na etapa de 9 de julho de 2015 e R$ 33 milhões na segunda etapa, em 10 de maio. Segundo a instituição, foram feitas amostras em contratos de R$ 2 bilhões. De um total de R$ 195 milhões analisados, a suspeita é do desvio de R$ 44 milhões.
Investigação governo - Para tentar recuperar os recursos desviados e punir servidores supostamente envolvidos no esquema, o Executivo Estadual montou um comitê envolvendo sete secretarias no início de junho. O grupo vai buscar acesso a toda a investigação, como forma de levantar em quanto o Estado foi lesado.