Comitê do governo sobre a Lama Asfáltica envolverá sete secretarias
Intenção do governo é tentar recuperar recursos
O governo de Mato Grosso do Sul montou um comitê para apurar as denúncias de lesão aos cofres públicos levantadas nas operações Lama Asfáltica e Fazendas de Lama, deflagradas pela CGU (Controladoria-Geral da União) e PF (Polícia Federal). Nesta quinta-feira (2), o grupo já anunciado pelo governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), foi oficialmente criado e publicado no Diário Oficial do Estado.
Chamado de Comitê Estadual Temporário de Apuração de Denúncias, o colegiado será composto por sete integrantes do governo. Eles desenvolverão trabalhos técnicos e vão assessorar o governo, no sentido de encaminhar decisões e providências a respeito das denúncias.
O comitê será formado por representantes da secretaria de Estado da Casa Civil; Governo e Gestão Estratégica; Procuradoria-Geral do Estado; da Auditoria Geral; da Educação; de Fazenda e um representante da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). Conforme o decreto, os trabalhos serão coordenados pela Casa Civil.
Na semana passada, Reinaldo havia dito que a intenção da força-tarefa é tentar recuperar os recursos desviados, para investir em áreas importantes e essenciais à população. O grupo vai buscar acesso a toda a investigação, como forma de levantar em quanto o Estado foi lesado. Segundo a Polícia Federal, já foi apurado um desvio de R$ 44 milhões de obras e compras públicas, nas duas fases da Operação Lama Asfáltica.
Ainda segundo o decreto, os trabalhos do grupo podem resultar no pedido de providências administrativas e/ou judiciais para a responsabilização de eventuais danos ao governo.
Desvio - As últimas ações tiveram como foco a lavagem de dinheiro, em uma rede de "laranjas", utilizando os recursos para compra de fazendas, que totalizam 67 mil hectares espalhados por Mato Grosso do Sul.
Nesta segunda fase, batizada como "Fazenda da Lama", 15 pessoas foram presas, além de vários mandatos de busca e apreensão. Destas, oito permanecem detidas, entre eles ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, os empresários João Amorim e Flávio Henrique Scrocchio e Wilson Roberto Mariano de Oliveira, servidor da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
Em prisão domiciliar estão Raquel Giroto, esposa do ex-deputado, Mariane Mariano de Oliveira, filha de Wilson Mariano, Elza Cristina Araújo, secretaria e sócia de João Amorim e a filha do empresário, Ana Paula Amorim Dolzan.