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Cidades

Família aponta erro médico como causa para bebê estar na UTI

Ana Paula Carvalho | 05/05/2011 17:11

Criança teve que ser transferida de Dourados para Campo Grande

Gabriela Viegas de Lima está internada na UTI. (foto: Arquivo pessoal)
Gabriela Viegas de Lima está internada na UTI. (foto: Arquivo pessoal)

Há 30 dias a pequena Gabriela Viegas de Lima luta pela vida. A família da menina assiste a batalha travada por ela sem poder fazer nada, podem apenas esperar e torcer para que ela se recupere logo.

Gabriela nasceu no dia 05 de abril no Hospital Evangélico de Dourados com o quadro de icterícia, amarelão, por isso teve que ficar dez dias tomando banho de luz. Foi então que o drama começou.

A menina teve que ser transferida para a UTI Neo Natal por estar com uma inflamação grave. Segundo a mãe, Fernanda Ferreira Viegas, 29 anos, já no primeiro dia na UTI o bebê teve uma parada respiratória e teve que ser entubada. O quadro foi agravado cinco dias depois, quando os médicos perceberam que o leite estava passando pelo dreno colocado na criança e indo direto ao pulmão.

A Fernanda foi informada pelo Hospital que a criança havia nascido com uma má formação e que teria que realizar uma cirurgia, mas para isso, teria que ser transferida para Campo Grande. “Se ela tivesse nascido com má formação já teria morrido na primeira mamada. Ela teria afogado”, afirma.

O aviso foi feito na sexta-feira à noite, no sábado de manhã a família foi informada que o plano de saúde não cobriria a transferência e que para o médico acompanhar teria que ser pago R$ 2 mil. O avô do bebê pagou cerca de R$ 10 mil para alugar um avião equipado com uma UTI móvel para trazer a menina à Capital.

No Hospital El Kadri, foi identificado que Gabriela está com um trauma no esôfago e que por isso o leite a saliva estão indo para o pulmão. “A saliva está inflamando o pulmão. É por isso que ela está no respirador e não consegue sair”, diz a mãe.

De acordo com o que foi relatado pelos médicos, há possibilidade dessa perfuração causada pela sonda ser fechada pelo próprio corpo, mas se isso não acontecer, será necessário realizar uma cirurgia de risco. A mãe diz que nem o prontuário relatando o quadro da criança o hospital de Dourados encaminhou.

“Hoje minha filha completa 30 dias no hospital e 30 dias de vida. Eu não posso nem pegá-la no colo. É duro! Eu cuide tanto da minha gravidez para agora minha filha ficar internada”, relatou com a voz embargada.

Fernanda tem mais um filho de oito anos. O menino não entende porque a irmãzinha não pode ir para casa. Nos primeiros dias ele chorou muito porque além de estar se a irmã, também estava sem a mãe. Ela está hospedada com o filho na casa dos pais, mas fica mais no hospital do que lá. “Eu fico das 11 da manhã às 11 da noite”, afirma.

A família registrou Boletim de Ocorrência na DEPCA (Delegacia de Proteção à criança e ao adolescente). Segundo a delegada responsável, Regina Rodrigues, como o caso aconteceu em Dourados, à ocorrência foi encaminhada para lá e toda a investigação será realizada pela Polícia Civil daquela cidade. O BO foi registrado como Lesão Corporal Culposa, quando não há intenção.

Outro lado: O diretor do Hospital Evangélico Dr. e Sra. Goldsby King, Maurício Peralta, diz que o hospital desconhece a denúncia de erro médico e que todos os procedimentos necessários para assegurar a saúde do bebê foram realizados. De acordo com ele, a criança teve que ser transferida porque houve a necessidade de realizar uma cirurgia torácica infantil e o hospital não é habilitado para isso. O diretor afirmou ainda, que nunca houve registro de infecção hospitalar na UTI Neo Natal.

Segundo o hospital o prontuário foi encaminhado junto com a criança na hora da transferência.

São quatro leitos na UTI Neo Natal e em média o hospital realiza 70 partos por mês.Se forem notificados, será aberto um processo administrativo para cuidar do caso.

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