ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 27º

Interior

Acusado de matar jornalista em 2020 é suspeito de mandar executar promotor

Chefe do PCC da fronteira teve cela vasculhada por policiais que investigam assassinato de Marcello Pecci

Helio de Freitas, de Dourados | 13/05/2022 15:32
Waldemar Pereira, o “Cachorrão”, está preso pela morte de Léo Veras. (Foto: Diário Hoy)
Waldemar Pereira, o “Cachorrão”, está preso pela morte de Léo Veras. (Foto: Diário Hoy)

O brasileiro Waldemar Pereira, o “Cachorrão”, é investigado pela Polícia Nacional do Paraguai como um dos suspeitos pela morte do promotor de justiça Marcello Pecci, 45. Atuante na luta contra o crime organizado em território paraguaio, Pecci foi executado com três tiros na manhã de terça-feira (10), quando passava a lua de mel com a esposa em uma praia na costa caribenha da Colômbia.

“Cachorrão” está preso sob acusação de ligação com o assassinato do jornalista Lourenço Veras, o Léo, ocorrido em fevereiro de 2020, em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande).

Apontado como um dos líderes locais da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Waldemar Pereira está recolhido na Agrupación Especializada, sede de grupo de elite da polícia paraguaia e usada como presídio para abrigar bandidos famosos.

A cela dele foi um dos locais vasculhados por investigadores paraguaios nesta quinta-feira (12) para apreensão de celulares e outros equipamentos eletrônicos que possam revelar pistas para desvendar a morte de Marcelo Pecci. Entretanto, fontes da fronteira descartam a chance de o brasileiro ter mandado matar o promotor e acreditam no envolvimento de "gente grande" no crime ocorrido em Cartagena das Índias.

Em 2020, o promotor liderou força-tarefa que investigou a morte de Léo Veras e apontou “Cachorrão” como responsável pela execução. Pessoas ligadas ao bandido, inclusive, a irmã dele, chegaram a ser presas. Antes de ser preso, Waldemar Pereira concedeu entrevista para uma rádio da fronteira e negou o crime dizendo que ele e Léo eram amigos.

O coordenador do grupo para segurança de jornalistas do Paraguai, José Pepe Costa, disse ao jornal paraguaio Diário Hoy que o julgamento de “Cachorrão” pelo assassinato de Léo Veras vem sendo adiado inexplicavelmente desde o ano passado e foi novamente marcado para o fim deste mês. Marcelo Pecci liderava o caso junto com o também promotor Federico Delfino.

Com prisão decretada pela Justiça, “Cachorrão” foi preso em maio de 2020 após se envolver em acidente de trânsito perto de barreira policial na Ruta 5, rodovia que liga Pedro Juan Caballero a Concepción.

A investigação do MP paraguaio apontou Waldemar Pereira com o um dos pistoleiros que invadiram a casa de Léo Veras e o mataram com 15 tiros de pistola 9 milímetros. O jornalista jantava com a família e tentou correr, mas foi morto no quintal. O corpo de Marcelo Pecci deve chegar amanhã ao Paraguai.

Nos siga no Google Notícias