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Interior

Alvo de operação do MP, Câmara cancela sessão e eleição deve ser adiada

Pedro Pepa e Cirilo Ramão, dois dos três vereadores presos hoje, integram chapa inscrita para disputar eleição na sexta-feira

Helio de Freitas, de Dourados | 05/12/2018 18:19
Policiais no estacionamento da Câmara de Dourados, na tarde de hoje (Foto: Helio de Freitas)
Policiais no estacionamento da Câmara de Dourados, na tarde de hoje (Foto: Helio de Freitas)

Foi cancelada a sessão solene marcada para a noite desta quarta-feira para homenagens na Câmara de Vereadores de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. O motivo foi a Operação Cifra Negra, desencadeada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul e Polícia Civil.

Três vereadores foram presos: Pedro Alves de Lima (DEM), o Pedro Pepa, Pastor Cirilo Ramão (MDB) e Idenor Machado (PSDB).

Também estão presos Hamilton Salina, ex-funcionário da Casa investigado em operação anterior, e Dirceu Longhi, ex-vereador e que foi primeiro-secretário da Câmara no período em que Idenor presidiu o Legislativo. Os cincos mandados são de prisão preventiva, ou seja, sem prazo determinado.

Em comunicado enviado pela assessoria de imprensa, a atual presidente da Câmara Daniela Hall (PSD) informou que o adiamento ocorreu por “motivos de força maior”. Segundo ela, “em momento oportuno o evento será remarcado para nova data, ainda sem previsão”.

Quarenta personalidades seriam homenageadas hoje com os títulos de cidadão douradense, cidadão benemérito, diploma de cinquentenário, diploma de honra ao mérito, título de amigo honorário da Câmara e diploma de honra ao mérito legislativo.

Daniela Hall (PSD) marcou para às 8h desta quinta-feira (6) uma entrevista coletiva para falar sobre as buscas feitas hoje pelo Ministério Público Estadual na sede do Legislativo.

Oficialmente a Câmara ainda não se manifestou, mas a eleição da mesa diretora, marcada para sexta-feira (7) às 14h deve ser adiada.

Duas chapas foram inscritas hoje para disputar o comando da Câmara. Uma delas tem Pedro Pepa como candidato a presidente e Pastor Cirilo Ramão como candidato a segundo-secretário. A outra chapa é encabeçada por outro vereador democrata, o advogado Alan Guedes.

A operação – Batizada de Cifra Negra, a operação desta quarta-feira em Dourados investiga fraude em licitação e pagamento de propinas a servidores públicos. Foram mandados de prisão – cinco em Dourados e cinco em Campo Grande, cujos nomes dos presos não foram informados.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a ação é desdobramento das operações Telhado de Vidro e Argonautas, que investigam crimes de fraude em licitação e corrupção ativa.

A investigação apontam que as mesmas empresas se apresentavam em concorrências e agiam em conjunto. Algumas delas só existiam no papel. O objetivo era simular uma disputa de propostas. “Sem a devida a concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, diz o MP.

O Ministério Público não especificou quais empresas e valores de licitação, apenas que as fraudes ocorreram durante a gestão de Idenor Machado, que presidiu a Câmara de 2013 a 2016.

Para perpetuar o esquema, os envolvidos pagavam propinas a servidores públicos, “dentre eles os membros da Mesa Diretora da Câmara na época”. Os valores supostamente pagos não foram revelados.

Até às 18h, os cinco presos continuam sendo ouvidos na sede do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e depois devem ser levados para o IML (Instituto Médico Legal), para exame de corpo de delito. A expectativa é que sejam levados para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) ainda nesta quarta-feira.

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