Ao menos cinco imóveis do ex-prefeito Artuzi estão retidos pela justiça
Família acompanhou enterro de Ari e diz que agora dará início ao trâmites judiciais.
Ao menos cinco imóveis do ex-prefeito de Dourados Ari Artuzi, que morreu no último dia 23, estão bloqueados pela justiça. De acordo com familiares, Artuzi tinha cinco casas em Dourados, entre elas duas de alto padrão, além de um sítio, também confiscado. O valor dos imóveis penhorados por determinação judicial ainda não foi divulgado.
“Todos os imóveis ficaram penhorados pela justiça. Ele tinha algumas casas, mas todas simples. Duas são um pouco mais caras. Ele tinha um sítio e só. Mas não tinha fazendas e não sei quantas mil cabeças de gado como disseram. É tudo mentira”, frisou o tio de Ari, o ex-vereador Júlio Artuzi, 59 anos.
A família pretende agora dar início as questões judiciais que envolvem o embargo dos imóveis. “Chegamos hoje (27) pela manhã do enterro. Agora a tarde é que vamos ver essas coisas”.
Julio diz que ele e Ari sofreram armações no poder e garantiu que todas as denúncias referentes aos dois “não passaram de golpe político”. “Pessoas armaram para ficar no poder. Eu gostaria que quem colocou a gente nessa situação parasse para pensar um pouco”, disse Julio.
Envolvido em um dos maiores escândalos da história política do Estado, o ex-prefeito de Dourados morreu aos 50 anos, lutando contra um câncer no intestino.
Ele teve o mandato cassado depois das operações Owari e Urugano desencadeadas pela PF (polícia Federal), em 2009. Ari era acusado de fraudes em licitações. O ex-caminhoneiro virou vereador em 2000, e em 2002 foi eleito deputado estadual. Na eleição municipal de 2008, Ari foi eleito prefeito de Dourados, sendo cassado em 2010.
Julio também foi cassado depois de ser denunciado na Operação Uragano, da Polícia Federal.
Enterro: Mais de 20 amigos e familiares acompanharam o carro da funerária que saiu de Dourados até a cidade natal de Ari, São Valentim, no Rio Grande do Sul. “Fomos acompanhando o corpo dele até lá”, lembra o tio.
O cortejo saiu de Dourados ás 15h30 de sábado e chegou ao Rio Grande do Sul às 6h30 da manhã. Ari foi enterrado às 11 horas, no mesmo jazigo onde o pai está.
Oito dias antes de Ari falecer, a mãe dele, uma senhora de 79 anos, deixou a cidade de São Valentim e foi para Dourados acompanhar a recuperação do filho. A mãe também acompanhou o corpo do filho que foi levado para o sul.
Ele era casado e deixa quatro filhos, um deles uma menina de sete anos.
“Um menino que chegou aqui há 19 anos e não tinha amigos, não tinha nada, foi ganhando a vida, inclusive começou trabalhando com a gente, trabalhou com meu irmão (ex-vereador)”, relembra Julio.