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Interior

Aos 6 e 10 anos, irmãos de menina assassinada são usuários de drogas

Juiz afirma que garoto de dez anos contou ser dependente de maconha e outro tem sinais de abstinência

Helio de Freitas, de Dourados | 25/04/2023 10:04
Aos 6 e 10 anos, irmãos de menina assassinada são usuários de drogas
Policiais no local onde corpo de menina foi encontrado, no sábado (Foto: Marciano Candia)

Os dois irmãos pequenos da menina de 3 anos, estuprada e assassinada sexta-feira (21) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, são dependentes de drogas. Eles têm 6 e 10 anos. A mãe deles está presa acusada de ter trocado a filha numa “boca de fumo” por 30 doses de crack e R$ 75 para comprar bebida.

Em entrevista à imprensa paraguaia nesta terça-feira (25), o juiz da Infância e Adolescência Elvio Insfrán disse que o garoto de 10 anos confessou ser usuário de maconha. O de 6 anos negou fazer uso de droga, mas, conforme o magistrado, ele apresenta sinais de abstinência. Os dois foram submetidos a exames toxicológicos.

Os dois garotos foram apreendidos pela Justiça, mas até agora não existe nenhuma família disposta a assumir a guarda deles. Cuidadores provisórios foram ontem até o Juizado, mas se recusaram a ficar com os meninos ao descobrirem que os dois são dependentes de drogas. Nenhum deles frequenta a escola.

“Diante dessa situação, não temos até agora uma família disposta a cuidar dos garotos. Solicitamos à Direção de Cuidados Alternativos para que nos comunique de forma urgente se temos algum abrigo habilitado para recebê-los. Os meninos não querem ficar com familiares”, disse Elvio Insfrán.

Ontem, o juiz determinou o resgate de outra irmã da menina assassinada, uma garota de 12 anos que vivia há seis meses em concubinato com homem de 29 anos. O adulto teve a prisão decretada e está sendo procurado pela polícia. A criança foi levada para a casa de parentes.

A mulher de 42 anos, mãe das crianças, continua presa. Ela é acusada de coautoria no assassinato e ocultação do cadáver da menina de 3 anos. A mulher nega ter trocado a filha por droga e disse que a menina teria sido sequestrada no momento em que ela saiu e casa para buscar comida para os filhos.

Entretanto, os investigadores já descobriram que a mulher alimentou a menina com carne e arroz antes de levá-la até a “boca”, onde a menina teria sido negociada. Além dela, estão presos o adolescente de 17 anos gravado por câmeras levando a criança no colo durante a madrugada e o casal dono da “boca”. A polícia ainda procura outro homem, suspeito de participação no estupro e morte da menina.

O corpo da criança foi encontrado por volta de meio-dia de sábado (22) em uma casa abandonada, no assentamento Romero Cué. Após a autópsia, feita na capital Asunción, o corpo foi enterrado ontem em Pedro Juan Caballero.

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