Após três meses sem receber salário, enfermeiros de hospital iniciam greve
Com três meses de salários atrasados, 70% dos profissionais de enfermagem do Hospital Beneficente São Vicente de Paula em Bela Vista - distante a 322 km de Campo Grande, resolveram cruzar os braços nesta quarta-feira (12), por tempo indeterminado. A instituição de saúde alega falta de recursos e destaca que o aporte financeiro do governo, no valor de R$15 mil reais, é insuficiente tendo em vista que as despesas chegam a R$ 650 mil.
Referência na região, o hospital atende cerca de 50 mil pessoas dos municípios de Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho e Antônio João. Também recebem pacientes do Paraguai das cidades São Carlos e Bella Vista-Norte.
Segundo o diretor do Siems (Sindicato dos Trabalhadores da Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Sebastian Rojas, a greve foi aprovada na semana passada pelos trabalhadores em assembleia geral, após tentativas de diálogo do Sindicato com o administrativo do hospital, Prefeitura e Câmara Municipal.
A categoria publicou edital com prazo de 72 horas para que os salários atrasados fossem pagos, porém até a manhã de hoje eles não receberam. Como forma de protesto, cerca de 200 funcionários foram marchando até a Câmara de Vereadores nesta manhã para reunião que estava marcada entre a categoria e vereadores no intuito de resolver o assunto. "Os vereadores se dispuseram a ajudar e intervindo juntamente com o prefeito".
Após a reunião na Câmara, Rojas contou que o prefeito também entrou em contato com o Sindicato, e realizou uma reunião aberta com os funcionários do hospital. "Nesta reunião ele alegou dificuldades financeiras e comunicou que um representante do governo do estado estará no município amanhã e já sinalizou que pediu ajuda e espera algo positivo para solucionar o aumento de repasse e solucionar de imediato o pagamento dos funcionários", conta.
Rojas informou à reportagem que a situação dos profissionais de enfermagem está complicada, já que estão há três meses sem receber seus salários. "Tem gente que está com água e luz cortada, e o sacolão já acabou e até agora não foi apresentada nenhuma solução", diz.
Com a greve o Hospital está atendendo apenas emergências e urgências, as cirurgias eletivas também foram canceladas. A categoria aguarda uma resposta do poder público até o final da tarde de hoje para resolver se continua ou não com a greve.
O setor administrativo do hospital explicou ao sindicato que aguarda promessa do governo de aumento do aporte financeiro para regularizar a situação dos profissionais em enfermagem. “Segundo a administração, o secretário estadual de saúde procurou a instituição e afirmou que aumentaria o repasse. Mas, até hoje não retornou o diálogo e o valor recebido continua o mesmo, R$ 15mil reais”, explica o presidente do SIEMS.