Aula começa mais tarde pelo segundo dia após prefeitura descartar reajuste
Sindicato tenta derrubar liminar do Tribunal de Justiça que obriga dois terços dos professores em sala de aula durante a greve
Pelo segundo dia consecutivo, estudantes de escolas municipais de Dourados, a 233 km de Campo Grande, chegam mais tarde para as aulas nesta quarta-feira (23). No período matutino as aulas começaram por volta de 8h30 e à tarde os alunos entram nas aulas às 14h30.
A redução no tempo de aula foi a forma encontrada pelo Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) para cumprir a liminar do desembargador Carlos Eduardo Contar, do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Em liminar pedida pela prefeitura, ele determinou que dois terços dos professores continuassem dando aula durante a greve, caso contrário o sindicato poderia ser multado em R$ 50 mil por dia de descumprimento da determinação.
A presidente do Simted, Gleice Jane Barbosa, disse ao Campo Grande News que a medida continuará sendo adotada até a entidade conseguir derrubar a liminar do TJ e retomar a greve total.
Representantes dos grevistas passaram a tarde ontem reunidos com a prefeita Délia Razuk (PR), mas não houve acordo. A prefeitura reafirmou que não haverá reajuste neste ano. O piso nacional dos educadores não foi corrigido e os administrativos estão sem reposição salarial há três anos.
“Na reunião o governo disse que não tem condições de pagar o reajuste. A prefeita disse que vai fazer uma auditoria na folha da educação, mas já estão prometendo fazer isso desde abril e até agora só conseguiram retirar direitos”, afirmou Gleice Barbosa. O Simted questiona os gastos com cargos de confiança e o aumento concedido a servidores contratados de alto escalão.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a prefeita Délia Razuk disse que o município hoje não tem condições de atender as reivindicações da categoria em relação a reajuste salarial. Na reunião de ontem, segundo ela, foram apresentados os números da real situação financeira, “mostrando a impossibilidade de qualquer alteração que implique em aumento de despesa”.