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Interior

Com liminar do TJ, professores voltam a trabalhar, mas reduzem tempo de aula

Presidente do Simted chamou de “absurda” interferência do tribunal e diz que Justiça deveria proteger o direito dos estudantes

Helio de Freitas, de Dourados | 21/08/2017 14:07
Professores protestam na sessão da Câmara de Vereadores, nesta tarde (Foto: Divulgação/Simted)
Professores protestam na sessão da Câmara de Vereadores, nesta tarde (Foto: Divulgação/Simted)

Os professores e servidores administrativos de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, voltam a trabalhar amanhã (22), um dia após iniciar greve por reajuste salarial. A decisão foi tomada em assembleia na manhã de hoje, no Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).

A volta às salas de aula foi decidida em função da liminar do desembargador Carlos Eduardo Contar, do Tribunal de Justiça de MS, que na sexta-feira (18) mandou o Simted manter 66% dos professores em sala de aula. Caso contrário, o sindicato poderia ser multado em R$ 50 mil por dia.

De acordo com a presidente do sindicato, Gleice Jane Barbosa, para cumprir a liminar, os professores vão reduzir o tempo de aula em pelo menos uma hora e meia, já a partir de amanhã. Cada escola vai definir o horário, mas o turno da manhã, por exemplo, que começa às 7h, vai começar às 8h30.

Nesta tarde, os educadores protestam na sessão da Câmara Municipal, que foi antecipada em cinco horas, para que os vereadores possam acompanhar a agenda do ministro da Educação Mendonça Filho.

Crítica ao TJ – Gleice Barbosa criticou a liminar do TJ, a qual chamou de “absurda”, e disse que a Justiça mais uma vez interfere no direito de greve dos trabalhadores e assume posição contrária aos interesses dos estudantes.

“Estamos lutando pelo direito à educação, pela melhoria das escolas e centros de educação infantil, mas enfrentamos dificuldade para negociar com o poder público municipal”, afirmou ela.

A sindicalista apontou falta vontade da prefeitura em resolver o problema e disse que a prefeita Délia Razuk (PR) nunca participou das negociações, iniciadas em março. “A luta é para o desenvolvimento da educação”, disse Gleice. O Simted anunciou que vai recorrer contra a liminar.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a secretária de Educação Denize Portollann de Moura Martins disse que decisão judicial deve ser cumprida. “É importante lembrar que a educação não é nossa, não é do sindicato; a educação é da população e para a população. Temos que ter responsabilidade”.

Segundo ela, a direção das escolas terá a incumbência de encaminhar a lista de professores presentes e os que aderiam à greve.

Denize Martins afirmou que o reajuste reivindicado pelos grevistas não ocorre há três anos e que os educadores também protestam contra a “aplicação correta e irrestrita” da Lei 118 do plano de cargos, que reajustou alguns vencimentos e foi taxada de corte de direitos.

Não tem dinheiro - “Não é o momento de greve. Não temos verbas orçamentárias para garantir o aumento. Se tivéssemos, desde abril ou, no mais tardar, maio, este aumento teria sido dado. Não há condições devido à situação econômica e o sindicato sabe disso”, explicou Denize.

Gleice Barbosa rebate a alegação de falta de dinheiro e diz que a prefeitura aumentou gastos com nomeações para cargos de confiança e deu reajuste para cargos de alto escalão.

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