Mesmo com liminar, professores paralisam aulas em 81 escolas
TJ determinou que sindicato mantenha 66% dos professores e administrativos trabalhando; decisão será analisada em assembleia
Os professores e servidores administrativos da Rede Municipal de Ensino de Dourados, a 233 km de Campo Grande, iniciaram hoje (21) a greve por tempo indeterminado que reivindica reajuste salarial e garantias de direitos que estariam sendo retirados pela prefeitura da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
A rede municipal é formada por 45 escolas de ensino fundamental e 36 Ceims (Centros de Educação Infantil Municipal), que atendem crianças de até cinco anos de idade.
Na sexta-feira (18), o desembargador Carlos Eduardo Contar, do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) concedeu liminar à prefeitura e determinou que 66% dos educadores continuem trabalhando. Se a decisão dor descumprida, o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) pode ser multado em R$ 50 mil por dia.
A presidente do sindicato, Gleice Jane Barbosa, disse ao Campo Grande News que o Simted ainda não foi notificado sobre a liminar e que a paralisação é total nas escolas e Ceims.
Segundo ela, a decisão do tribunal será discutida na assembleia dos servidores, iniciada às 9h. Os educadores também avaliam se vão fazer protesto durante a visita do ministro da Educação, Mendonça Filho, que visita Dourados hoje à tarde.
O Simted e a Secretaria Municipal de Educação ainda não divulgaram balanço sobre a adesão à greve. O Campo Grande News entrou em contato com algumas escolas do Jardim Água Boa, Jardim Itália e BNH 4º Plano e a informação é de que todos os servidores entraram em greve.
Já em alguns centros de educação infantil a adesão é parcial, como ocorre no Ceim Paulo Gabiatti, no Jardim Água Boa, onde apenas duas servidoras entraram em greve e as demais estão trabalhando normalmente.
A Rede Municipal de Ensino de Dourados tem 30 mil estudantes. São pelo menos quatro mil servidores na Rede Municipal de Ensino, sendo 800 administrativos e 3.200 professores.
De acordo com sindicato, a greve foi deflagrada porque a prefeitura não apresentou nenhuma proposta de reajuste na negociação que se arrasta desde maio.
Além da falta de reajuste de 7,63% do piso nacional, e mesmo percentual para os servidores administrativos, com pagamento de valores retroativos relativo a abril, os educadores denunciam redução de salários, corte de direitos e dificuldades para negociar as demandas da educação com a atual administração.
Na semana passada, a prefeita Délia Razuk (PR) disse que a reivindicação dos educadores “legítima”, mas “inoportuna”, diante da realidade econômica do município, que não permite, segundo ela, atender, as reivindicações.