“Cara seco, sem diálogo”, desabafa pai de mulher morta pelo ex-marido
Gislaine Aparecida Gonçalves Martins será velada e sepultada no Cemitério Santo Amaro, em Campo Grande
O representante comercial Ramão Magno Martins, de 48 anos, pai de Gislaine Aparecida Gonçalves Martins, de 30 anos, que foi morta pelo ex-marido, Alex Lima, preso em flagrante por feminicídio, disse que o casal não vivia bem. “Um cara seco, sem diálogo, desabafou”.
Gislaine foi encontrada morta com golpe de faca no pescoço em uma residência localizada no Jardim Carisma, em Dourados, na noite de ontem (11). A família fez vaquinha para trazer o corpo para Campo Grande. A mulher será velada e sepultada no Cemitério Santo Amaro.
Por telefone, Ramão disse que não ia muito na casa da filha, porque ela não aceitava ajuda e era sistemática. “Ela era mãe sozinha e falava que não queria ajuda para depois ninguém jogar na cara dela”, disse o pai. Gislaine deixou três filhos, os dois mais novos eram frutos do relacionamento com Alex.
Segundo Ramão, conhecia pouco o genro e uma das poucas vezes que foi à casa da filha não gostou do jeito dele. "No sábado, minha esposa falou com Gislaine pela rede social, depois disso, ela não respondeu mais. Outra filha de Campo Grande também tentou falar com a irmã no domingo, mas a mensagem nem chegou”, contou.
No dia do crime, Alex entrou na casa, esfaqueou a vítima e cobriu o rosto dela com um travesseiro. “Ninguém escutou grito. O travesseiro ficou cheio de sangue. Ela foi esfaqueada no pescoço. O neto mais velho, o menino de 8 anos, contou que quando o padrasto entrou na casa achou que ele havia ido dar “oi” para a mãe.
Enquanto isso, o menino ficou no quarto jogando videogame e só percebeu que mãe havia morrido à noite. “Ele viu ela morta e saiu correndo. Ontem, foi um choque, fiquei pasmo”, disse Ramão sobre a morte da filha.
Caso - Assim que encontraram o corpo de Gislaine, os vizinhos chamaram a Polícia Militar. Equipe do Canil foi a primeira a chegar ao endereço, na Rua C2. Os PMs isolaram a área e permaneceram em frente à casa. O Conselho Tutelar foi chamado, para atender as crianças. Enquanto os policiais militares aguardavam a perícia da Polícia Civil, Alex chegou na casa perguntando o que tinha ocorrido. Alegou que havia recebido informação de que sua ex-mulher poderia estar morta.
De imediato, ele passou a ser suspeito do crime, foi algemado e colocado na viatura. Houve forte reação da população, que gritava “assassino, assassino, assassino”. Já na viatura, Alex teria confessado o feminicídio. Por medida de segurança, a PM o levou para a carceragem da Depac (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento Comunitário). Ele disse que jogou a faca em frente à casa da mãe dele, mas a arma ainda não foi encontrada.
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