Com mais denúncias, ações contra extração de madeira na terra Kadiwéu continuam
Própria comunidade denunciou ilegalidades, praticadas também por indígenas que teriam sido aliciados
Com mais casos denunciados, a verificação de extração e venda ilegal de madeira na Terra Indígena Kadiwéu, nas cidades de Porto Murtinho e Corumbá, vai continuar no ano que vem, segundo a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em Mato Grosso do Sul. Operação Niagili realizada semana passada e divulgada ontem encontrou acampamentos de pessoas que trabalhavam na retirada da madeira dentro da área indígena.
O coordenador da Funai em MS, Elvisclei Polidoro, mais conhecido como Elvis Terena, afirmou que para 2024 a vistoria vai continuar e enfatizou que foram pessoas da própria comunidade Kadiwéu que denunciaram o crime ambiental na entidade. “Nós recebemos a denúncia no mês passado, e acionamos o Ibama, que chamou a Polícia Federal para dar apoio”, contou.
Ele lamentou o fato de indígenas da própria terra, que mantêm fazendas dentro da TI, estarem sendo “aliciados” por quem é de fora e até mesmo recebendo dinheiro para liberar a extração. “Foi a própria comunidade que fez a denúncia, mas infelizmente tem quem seja de lá e está envolvido, sendo aliciado e deve até ganhar uma quantia 'x' para levar essas pessoas até as áreas de extração”, afirma.
Tais informações não foram confirmadas, e também, dos proprietários das três fazendas identificadas dentro da Terra Indígena – São Salvador, São Sebastião e Xamacoco – apenas o da Xamacoco foi identificado e multado em R$ 20 mil.
Para 2024, a tentativa será encontrar os verdadeiros mandantes dessa extração e verificar mais áreas da TI Kadiwéu comprometidas. Força-tarefa da Funai, Ibama (Instituto Nacional de Meio Ambiente) e PF durou quatro dias, mas não conseguiu percorrer os 560 mil hectares da Terra Indígena.
Elvis informou que outras terras indígenas do Estado não possuem tantas reservas naturais que atraiam a extração ilegal, por isso, não existe um levantamento oficial do desmate nessas localidades. As árvores derrubadas são angico e aroeira, com as quais é possível construir móveis, cercamento de fazendas e mangueiros.
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