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Interior

Comerciante que debochou da polícia tem prisão preventiva decretada

Luan Vinicius da Silva Matos é um dos investigados na Operação Psicografia, deflagrada ontem (30)

Por Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 31/10/2024 20:06
Luan Vinicius é levado até delegacia em viatura da Polícia Civil. (Foto: Reprodução/Ivinotícias)
Luan Vinicius é levado até delegacia em viatura da Polícia Civil. (Foto: Reprodução/Ivinotícias)

Preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e munições, o comerciante Luan Vinicius da Silva Matos, de 24 anos, teve o flagrante convertido em prisão preventiva após passar por audiência de custódia, na tarde desta quinta-feira (31), em Ivinhema, município a 289 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o rapaz foi um dos principais alvos da Operação Contrafação, deflagrada pelo Ministério Público de Ivinhema com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Luan foi preso na tarde de quarta (30), quando agentes o encontraram em posse de uma pistola calibre 9 milímetros e diversas munições, incluindo calibres 32, 38 e 380. Ele foi encaminhado à delegacia de Ivinhema e autuado em flagrante.

Há quinze dias, Luan já havia sido alvo de outra operação, denominada “Defray”, conduzida pela Polícia Federal, na qual foi apreendida uma caminhonete importada Silverado, de cor preta, de sua propriedade, avaliada em R$ 519 mil. O comerciante ficou conhecido na região após publicar um vídeo, desdenhando do trabalho das autoridades policiais após a operação da Polícia Federal.

“Levou a Silverado, mas já pedi uma branca, se f..., to nem vendo, deixa arder. Tão achando que nós tá guardado, onde nós ta”, disse o rapaz segurando uma garrafa de cerveja e mostrando ele e os amigos na lancha. O vídeo se tornou um dos assuntos populares do Estado desde então.

Em nota oficial, o Ministério Público informou que a Operação Contrafação cumpriu oito mandados de busca e apreensão domiciliar, um mandado de busca e apreensão da caminhonete e intimações sobre imposição de medidas cautelares. Entre os alvos dos mandados estão o prefeito reeleito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), o comerciante Luan Vinicius e pelo menos dois policiais militares – um de Ivinhema e o outro residente em Dourados (também preso em flagrante).

Buscas foram feitas na casa de Juliano Ferro, na loja de revenda de veículos Alvorada Multimarcas e num supermercado, ambos de propriedade da família de Luan Matos. Segundo o MP, as investigações revelaram que a caminhonete importada pertenceu ao prefeito Juliano Ferro e a Luan Matos, mas nunca foi transferida oficialmente em nome de qualquer um deles.

Por fim, a RAM teve a transferência efetivada para o nome de dois policiais militares, “baseada em documentação falsificada”, conforme a investigação do Gaeco. A transferência ocorreu em junho de 2023, na agência do Detran em Maracaju. Entretanto, o proprietário da RAM que aparecia no sistema do órgão de trânsito já havia falecido há mais de três anos, o que demonstra falsificação. Durante cumprimento dos mandados, foram apreendidos R$ 79 mil em dinheiro, armas, carregadores e munições.

O outro lado - Nas redes sociais, Juliano Ferro disse que, em sua casa, a equipe do grupo especial apreendeu dinheiro em espécie e cheques, “de carros que eu trabalho” e também seu celular. “Não sei ainda o que é, não sei é relacionado à minha vida particular ou à prefeitura, mas estou à disposição da Justiça de Mato Grosso do Sul com muita tranquilidade”, afirmou o prefeito.

Ele também agradeceu aos agentes do Gaeco e ao promotor de Justiça que conduziu as buscas por tratarem suas filhas e sua esposa com educação. Reeleito com 81,29% dos votos no dia 6 de outubro, Juliano Ferro tem quase 770 mil seguidores no Instagram.

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