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Interior

Comissária da OEA se reúne com índios em Caarapó e Dourados hoje

Integrante da delegação que está no país desde ontem, a chilena Antonia Urrejola Noguera visita duas aldeias em Caarapó e uma em Dourados, onde se reúne com índios do Paraná

Helio de Freitas, de Dourados | 07/11/2018 09:56
Índios de Caarapó, onde comissária internacional está nesta manhã (Foto: Helio de Freitas)
Índios de Caarapó, onde comissária internacional está nesta manhã (Foto: Helio de Freitas)

A comissária Antonia Urrejola Noguera, integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), está reunida na manhã desta quarta-feira (7) com índios de duas aldeias no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande.

Ela visita o acampamento Guyraroka, onde se reúne com rezadores locais e de aldeias de Dourados e Douradina, e depois vai para a aldeia Tey Kuê, onde tem encontro com representantes indígenas.

A região de Caarapó é marcada por conflitos entre índios e fazendeiros. Várias fazendas estão ocupadas nos arredores da aldeia Tey Kuê. Em 2016, um agente de saúde indígena foi morto a tiros durante tentativa dos produtores de desocupar a fazenda Yvú.

Antonia almoça na aldeia Tey Kuê e à tarde segue para Dourados, onde tem reunião com os povos da reserva local e com representantes indígenas do Paraná.

Das 16h30 às 17h30, a comissária se reúne no auditório da Faculdade de Direito da UFGD em Dourados com movimentos sociais, eclesiásticos, investigadores e universitários.

Nos arredores da reserva de Dourados também existem conflitos entre sitiantes e índios. Cinco sítios estão ocupados por índios desde março de 2016 na margem do anel viário. Recentemente houve confronto em outra propriedade, perto da Avenida Guaicurus.

A chilena Antonia Urrejola Noguera faz parte da delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos que chegou ontem (6) ao Brasil e permanece no país até dia 12 deste mês para observar áreas urbanas e rurais em oito estados.

A delegação é chefiada pela presidente da comissão, a jamaicana Margarette May Macaulay. Também fazem parte do grupo a primeira vice-presidente Esmeralda Arosemena de Troitiño, o segundo vice-presidente Luis Ernesto Vargas Silva, os comissários Francisco José Eguiguren Praeli, Joel Hernández García, Antonia Urrejola Noguera, relatora para o Brasil, e a brasileira Flávia Piovesan.

Missão – A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA acompanha e analisa todos os temas relacionados à área nos 35 países-membros. Venezuela, Nicarágua e Brasil mereceram nos últimos meses atenção especial do grupo.

Os temas que têm sido mais mencionados são a fuga de imigrantes oriundos da Venezuela, as dificuldades pelas quais passam e a tensão política e social na Nicarágua em decorrência dos conflitos contínuos provocados por manifestações contrárias ao governo do presidente Daniel Ortega.

No caso do Brasil, os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes em março deste ano, ainda sem solução foram mencionados em várias ocasiões. Em agosto, a comissão recomendou a adoção de medidas protetivas à família de Marielle e à viúva dela, Mônica Benício.

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