Corte de verbas trava obras, impede projetos e reduz terceirizados na UFGD
Bolsas de permanência para os alunos são prioridades para a instituição e têm sido mantidas
O corte de R$ 12,7 milhões no orçamento da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) nos últimos cinco anos tem impedido a retomada de obras paralisadas, abertura de novos projetos de pesquisas acadêmicas e provocou redução na quantidade de postos de trabalho terceirizados nos campi.
Levantamento feito pelo G1 mostra que o Governo Federal encolheu os repasses de 90% das instituições de ensino superior públicas a partir de 2013, na contramão de uma política de expansão que começou em 2008.
“Nós temos procurado manter a quantidade de bolsas para os estudantes de baixa renda e apertado em outras despesas”, disse ao Campo Grande News a pró-reitora de Avaliação Institucional e Planejamento da UFGD, Cristiane Stolte.
Como exemplo, ela cita a substituição de alguns postos de vigilância por câmeras de segurança, redução na quantidade de motoristas e menor quantidade de funcionários cuidando da limpeza dos corredores, salas e laboratórios. Todas essas funções são executadas por terceirizados e os contratos tiveram que ser alterados.
“O que não temos conseguido fazer é viabilizar a realização de projetos novos de pesquisa, ensino e extensão, não teria como atender pedidos de materiais de consumo”, diz a pró-reitora.
As ajudas de custo aos alunos foram mantidas, já que atendê-los é uma das prioridades junto com as contas básicas, como água e luz. A UFGD, segundo ela, só não conseguiu aumentar a quantidade bolsas para beneficiar ainda mais acadêmicos como gostaria.
Com menos dinheiro, a instituição não consegue terminar o bloco da unidade EAD, o centro de psicultura, o prédio próprio da reitoria, a biblioteca da Faculdade de Direito e o bloco do curso de engenharia.
A pesquisa do G1 contabiliza os repasses até 2017. A LOA (Lei Orçamentária Anual) do Governo Federal previu R$ 4,6 milhões para as despesas de investimentos da UFGD neste ano, mas só 40% desse montante já foi repassado até agora.
“Temos sofrido diversas dificuldades com os repasses de recursos financeiros, que têm ocorrido uma vez por mês para pagamento das despesas essenciais”, completa Cristiane.