Depois de vai e vem na rede pública, bebê morre e suspeita é meningite
Morte foi confirmada na manhã de hoje na UPA de Dourados, três dias após criança apresentar sintomas; OAB acompanha
Matheus, de três meses de vida, morreu na manhã de hoje (15) com suspeita de meningite em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A mãe da criança afirma ter levado o filho doente três vezes à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e uma vez à Unidade Básica de Saúde do bairro Jóquei Clube após os primeiros sintomas.
Ela diz ter sido orientada a pedir internação do menino na pediatria do HU (Hospital Universitário) da Universidade Federal da Grande Dourados, mas a criança morreu antes de ser transferida. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanha o caso.
A presidente da Comissão de Saúde da Subseção da OAB em Dourados, Helena Izidoro, conversou no início desta tarde com a mãe do menino, identificada como Maristela.
“De acordo com a mãe, ela foi à UPA no sábado, por volta de 10h. O menino foi medicado e liberado. Retornou no domingo, permaneceu até 17h, quando foi liberada para procurar a unidade de saúde mais próxima e pegar encaminhamento para o HU. Na segunda-feira, ela foi até a Unidade do Jóquei Clube e lá informaram que deveria ir à UPA, pois era caso de urgência”, disse a advogada ao Campo Grande News após ouvir o relato da mãe.
Segundo Helena Izidoro, na tarde de ontem (14) a mãe voltou à UPA com o filho. A criança foi medicada e passou por exames. Foi solicitada vaga para internação no HU. “Ela passou a noite com o bebê na UPA. Hoje de manhã ele veio a óbito”, conta a advogada.
A advogada disse que a família não informou se vai registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. A reportagem procurou a secretária municipal de Saúde Berenice Machado de Souza e a assessoria de imprensa da prefeitura, mas não houve manifestação oficial sobre a morte de Matheus.
Outro caso – No dia 4 do mês passado, a Polícia Civil fez buscas na UPA de Dourados na investigação sobre a adulteração do prontuário de uma menina de três meses que morreu na unidade em junho deste ano.
Segundo o delegado Erasmo Cubas, da Polícia Civil, detalhes que não constavam no primeiro laudo foram incluídos ilegalmente no documento encontrado no dia das buscas, caracterizando crime de falsidade ideológica.
Segundo Erasmo Cubas, a princípio a família de Ana Sofia não se conformava com a morte e apontava erro médico. O laudo informa que a morte foi em decorrência de problemas de saúde. No entanto, denúncia anônima à polícia revelou que o documento de atendimento da criança na UPA tinha sido alterado.
“Nas buscas, de fato encontramos documentos diversos. O documento apresentado para nós [polícia] não é o mesmo sobre o atendimento no dia dos fatos que estava na UPA”, explicou o delegado, logo após as buscas na unidade, no dia 4 de setembro. No dia seguinte, a prefeitura instalou sindicância para apurar a suspeita de adulteração do prontuário.