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Interior

Dívida de fundação que administra hospital e UPA supera R$ 70 milhões

"Herança" deixada por ex-prefeita, crise financeira da Funsaud ameaça atendimento de pacientes em plena pandemia

Helio de Freitas, de Dourados | 29/01/2021 14:51
Hospital da Vida, referência em atendimento a pacientes com covid, é administrado pela Funsaud (Foto: Arquivo)
Hospital da Vida, referência em atendimento a pacientes com covid, é administrado pela Funsaud (Foto: Arquivo)

O colapso financeiro da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde) é mais uma “herança” deixada pela administração da ex-prefeita Délia Razuk (sem partido) no município de Dourados. Responsável pela gestão de duas unidades públicas da linha de frente no atendimento a pacientes com covid-19, a fundação tem dívida superior a R$ 70 milhões, valor considerado impagável no momento.

A Funsaud foi criada em 2014, quando o município era administrado pelo atual vice-governador Murilo Zauith (DEM), para gerenciar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida.

Subordinada à Secretaria de Saúde, a fundação sempre teve problemas de caixa, mas a situação se agravou nos quatro anos de Délia Razuk como prefeita. Nesse período, passou boa parte do tempo sob intervenção, que de nada adiantou.

Milton Batista Pedreira Junior, empossado em janeiro como diretor-presidente da Funsaud, disse que a conta não fecha. Segundo ele, além da dívida milionária, o saldo negativo chega a R$ 2,5 milhões por mês.

Escalado pelo prefeito Alan Guedes (Progressista) para cuidar da fundação, Milton Junior afirma que os problemas vão de salários atrasados, fornecedores e prestadores de serviço sem receber, dívidas tributárias e precatórios e até parcelamento da conta de energia elétrica em atraso.

Há duas semanas, durante reunião do conselho curador da fundação, foi sugerida a contratação de auditoria externa para vasculhar as contas e descobrir o motivo do endividamento. Entretanto, segundo o diretor-presidente, a crise é tão grave que não há dinheiro em caixa para pagar pelos serviços de auditoria privada.

“Defendo a auditoria externa e seria até respaldo para nossa gestão, mas não tenho como tirar dinheiro do pagamento de funcionários, por exemplo, para realizar esse serviço”, afirmou Milton Junior.

Segundo ele, além de regularizar pendências mais urgentes, a nova gestão pediu socorro à prefeitura e ao Governo do Estado. “Enxugar os gastos é a prioridade. Para isso, ações serão gradativamente implantadas, como readequação de horas extras, reestruturação da equipe, definições de fluxos de trabalho, melhor controle de estoque para evitar desperdícios e fiscalização dos contratos vigentes”, prometeu o diretor.

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