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Interior

Dose não aplicada em idosa pode ter sido comprada por advogado a R$ 1,5 mil

Servidor que não injetou imunizante em mulher é investigado por tentativa de homicídio

Lucia Morel | 13/04/2021 17:28
Mulher vacinada com ar em Três Lagoas. (Foto: reprodução)
Mulher vacinada com ar em Três Lagoas. (Foto: reprodução)

O MPMS (Ministério Público em Mato Grosso do Sul) investiga compra de doses de vacina contra covid-19 em Três Lagoas, junto a inquérito que verifica a injeção sem imunizante em idosa da cidade.

No dia 30 de março, vídeo postado nas redes sociais mostrava idosa sendo vacinada na cidade, mas a seringa estava vazia. Filho dela confirmou que só após a polêmica, ela recebeu a dose de direito.

No mesmo dia, o MPMS anunciou que encaminharia pedido para abertura de inquérito policial, que corre em sigilo, mas que averígua também a compra por advogado da cidade, pelo valor e R$ 1,5 mil, de duas doses de vacina, possivelmente, a que seria aplicada na vítima.

Segundo o Ministério Público, os suspeitos, inclusive, admitiram ter furado a fila. Um dos investigados é advogado na cidade. “Há pessoas informando que adquiriram a vacina e foram imunizados na cidade, fora dos grupos de risco ou prioritário".

O homem teria afirmado que "pagou R$ 1.500,00 por duas doses de imunizante já tendo recebido a primeira”, sustenta o promotor da 9ª Promotoria de Justiça de Três Lagoas, Luciano Anechini Lara Leite.

Em ofício endereçado ao delegado regional da Polícia Civil no município, Rogério Fernando Makert Faria, o promotor pede a abertura da investigação em âmbito policial, que será acompanhada pelo ministério.

O caso está sendo apurado como tentativa de homicídio praticada por servidor público municipal, já que este, “valendo-se de sua condição, deixou de aplicar regularmente o imunizante em pessoa da faixa de risco e de  atendimento prioritário, assumindo o risco dessa pessoa contrair doença potencialmente fatal”.

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