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Interior

Empresários e gerente de agência do Detran continuam foragidos

Jeferson Cassavara, o filho dele e Adriano Passarelli são acusados de fraude no Detran em Juti

Helio de Freitas, de Dourados | 21/11/2022 11:03
O ex-vereador e atual gerente do Detran em Juti, Adriano Passarelli, que está foragido (Foto: Reprodução)
O ex-vereador e atual gerente do Detran em Juti, Adriano Passarelli, que está foragido (Foto: Reprodução)

O ex-vereador Adriano Passarelli e os empresários Jeferson Cassavara e Jeferson Cassavara Junior continuam foragidos. Passarelli é o atual gerente da agência do Detran/MS em Juti (a 311 km de Campo Grande), onde também moram os outros dois procurados.

Eles tiveram a prisão decretada pela Justiça no âmbito da Operação Resfriamento, deflagrada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil, para investigar esquema de documentação de veículos irregulares na agência de trânsito daquela cidade.

Na sexta-feira (18), policiais civis foram até os endereços de Passarelli e dos Cassavara, mas nenhum foi encontrado. Com isso, os três passaram a ser considerados foragidos.

Outros dois investigados, o também servidor do Detran em Juti Marcel Libert Lopes Cançado e o despachante João Ney Pereira da Silva foram presos na primeira fase da operação, no dia 8 deste mês, e na semana passada tiveram a prisão temporária transformada em preventiva.

Jeferson Cassavara, acusado de ser operador financeiro (Foto: Reprodução)
Jeferson Cassavara, acusado de ser operador financeiro (Foto: Reprodução)

Marcel está recolhido na cadeia de Caarapó e João Ney na carceragem da 1ª Delegacia de Polícia em Dourados, onde o despachante mora e possui escritório.

Segundo o Dracco, a organização formada pelos cinco investigados era dividida em três núcleos e teria movimentado pelo menos R$ 17 milhões. Só Marcel Libert Lopes Cançado, que tem salário mensal de R$ 3 mil no Detran, movimentou R$ 1 milhão.

As investigações revelaram que inúmeros veículos irregulares foram legalizados no Detran em Juti mediante pagamento de propina aos servidores. Até mesmo carretas de quatro eixos foram documentadas na época em que esse tipo de veículo ainda era proibido de circular no Brasil. A liberação só ocorreu em janeiro deste ano.

O primeiro grupo é o “Despachante”, formado por João Ney e outros despachantes e funcionários que ainda estão sendo investigados. Esse núcleo tinha a função de captação de clientes - proprietários de veículos irregulares interessados em regularizá-los indevidamente.

Após a captação dos clientes e pagamento pelo serviço, o “Despachante” encaminhava os documentos para o “Grupo Político”, formado por Marcel Libert e Adriano Passarelli.

Jeferson Cassavara Junior também é procurado (Foto: Reprodução)
Jeferson Cassavara Junior também é procurado (Foto: Reprodução)

Os dois eram os responsáveis pelas alterações falsas no sistema do Detran, mesmo diante das irregularidades do veículo, endereços falsos e ausência de documentos obrigatórios.

Para o financiamento do esquema, a organização contava com o “Grupo Financeiro”, formado por Jefferson Cassavara e o filho, Jefferson Junior. Segundo o Dracco, os dois eram os operadores financeiros da quadrilha.

A polícia identificou diversas estratégias para esconder o patrimônio e o dinheiro movimentado através das fraudes. O grupo usava “laranjas” e registrava a propriedade de veículos em nome de terceiros. Por isso, além dos crimes de corrupção, os cinco alvos são investigados também por crime de lavagem de dinheiro.

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