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Interior

Entre ocupações e retomadas, índios permanecem em três propriedades

Antônio Marques, enviado especial a Antônio João | 01/09/2015 11:49
Entrada da Fazenda Piquirí (Foto: Marcos Ermínio)
Entrada da Fazenda Piquirí (Foto: Marcos Ermínio)

Das seis fazendas que teriam sido ocupadas pelos índios Guarani Kaiowá, no município de Antônio João, a 279 quilômetros de Capital, eles continuam em pelo menos três, na sede das fazendas Primavera, Cedro e na casa dos empregados da Fazenda Fronteira. Essas propriedades fazem divisa com a aldeia Marangatu. O Campo Grande News foi a única equipe a estar em todas as sedes ocupadas pelos indígenas.

Na manhã de hoje, a reportagem esteve na Fazenda Piquiri, a cerca de 6 quilômetros do centro da cidade, seguindo pela rodovia BR 384, no sentido Bela Vista. Depois de deixar o asfalto, são mais 2 quilômetros até chegar a uma casa de meia água e um galpão onde fica as tralhas para cavalos. O local estava abandonado, sem a presença de pessoas, apenas com dois cachorros e algumas poucas cabeças de gado nas proximidades do imóvel, que aparenta ser do empregado da propriedade.

Antes de chegar no imóvel, em que um mangueiro feito com madeira antiga, cerca de 30 metros do local, restos de uma cabeça de boi sendo consumido por urubus. A impressão é que o animal teria sido abatido no local, pois na parte do fundo da casa tem sinais de sangue animal no chão, aparentando que ali o animal fora carneado.

Dentro da casa simples, de quatro cômodos e um banheiro e varanda no fundo, um fogão a lenha com cinzas frias e restos de mandioca em sobre uma pia. Em um dos quartos abandonados um radio velho e um móvel com gavetas.

O Campo Grande News também esteve na sede da Fazenda Primavera, que fica mais 2 quilômetros seguindo na mesma rodovia. Essa propriedade, de 2.300 hectares, conforme informou um produtor, é mais estruturada e atua basicamente na pecuária com gado nelore. Essa propriedade fica na divisa com a aldeia Marangatu. Muitos indígenas trabalhavam na propriedade que ocuparam na madrugada do dia 22.

A reportagem precisou conversar muito com os indígenas para poder ter acesso a sede da fazenda, onde estão parte dos índios, que se espalharam por mais de uma casa dentro da propriedade. No local, o Campo Grande News pode verificar que as coisas na sede da Primavera continuam intactos, apenas os quartos que estão sendo usados pelos índios um pouco bagunçado, mas nada quebrado, exceto um vidro de uma porta do fundo.

Os móveis da sede central continuam nos mesmos lugares. Tiraram do lugar apenas os sofás de uma sala para usarem com cama. Na varanda lateral armaram barracas de camping para outros patrícios. No local tem adultos, mulheres, adolescentes e crianças. A equipe já tentou entrar nas sedes das fazendas Fronteira e Barra, onde aconteceram a reocupação, mas os proprietários não autorizaram a entrada.

Indígenas protegendo um trator na Sede da Fazenda Primavera (Foto: Marcos Ermínio)
Indígenas protegendo um trator na Sede da Fazenda Primavera (Foto: Marcos Ermínio)
Na Fazenda Piquiri uma cabeça de gado aparentemente abatida no local (Foto: Marcos Ermínio)
Na Fazenda Piquiri uma cabeça de gado aparentemente abatida no local (Foto: Marcos Ermínio)
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