Ex-prefeito de cidade de MS é levado para presídio após audiência com juiz
Eurico Mariano foi preso quarta em Capitán Bado; Justiça brasileira pediu extradição de político condenado a 17 anos de prisão
O ex-prefeito de Coronel Sapucaia, Eurico Mariano, 65, preso quarta-feira (30) em Capitán Bado, perto do território sul-mato-grossense, foi levado para o presídio de Tacumbú, em Assunção, capital paraguaia. Condenado a 17 anos de prisão por homicídio no Brasil, o político foi preso por agentes da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal)
A ordem de prisão foi determinada pelo juiz penal de garantias Alcides Corbeta, para cumprir um pedido de extradição feito pela Justiça brasileira. Entretanto, Corbeta não ordenou a extradição imediata e mandou a Interpol levar Mariano para a penitenciária, a mais lotada do Paraguai.
Nesta quinta-feira (31), Eurico Mariano foi apresentado ao juiz criminal para a audiência de identificação no âmbito do processo de extradição e logo em seguida levado para o presídio.
A advogada do ex-prefeito, Laura Casuso, disse que seu cliente pretende se submeter aos tribunais brasileiros. No dia da prisão, ela criticou a Justiça brasileira, afirmando que no Brasil se condena “à revelia” e que no país “não existe direito à defesa”.
O ex-prefeito foi condenado em 2007 como mandante do assassinato do radialista Samuel Román, ocorrido em 2004, último ano da administração de Mariano.
O radialista criticava o então prefeito em seu programa de rádio e denunciava que por causa disso sofria seguidas ameaças de morte. No dia 20 de abril de 2004, Samuel foi morto a tiros de pistola 9 milímetros ao chegar em sua casa, no centro de Coronel Sapucaia. O crime foi cometido por um pistoleiro que estava de moto.
Mariano foi acusado de ser o mandante. Condenado a 17 anos, chegou a ser preso em 2005, mas foi solto por habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Liberado, se refugiou no Paraguai, mas constantemente era visto cruzando a fronteira. Em 2010 o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul expediu ordem para sua prisão, com validade por 20 anos.
No dia 19 de janeiro deste ano, Mariano tinha sido preso por agentes da Polícia Nacional e colocado em liberdade após apresentar um habeas corpus da Justiça do Paraguai. Em fevereiro ele voltou a ser preso e novamente liberado.