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Interior

Fazendas invadidas por kadiwéus no Pantanal terão vacinação contra aftosa

Aline dos Santos | 15/05/2012 12:15
Há 25 anos, fazendeiros e índios brigam na Justiça sobre marco de reserva.
Há 25 anos, fazendeiros e índios brigam na Justiça sobre marco de reserva.

As fazendas invadidas por índios kadiwéus em Corumbá e Porto Murtinho terão vacinação contra a febre aftosa. A imunização do gado deixou o governo do Estado e os fazendeiros em alerta, temerosos que a doença retorne.

De acordo com a assessoria de imprensa da Funai (Fundação Nacional do Índio), o esquema para vacinação será detalhado hoje à tarde em Campo Grande, durante entrevista coletiva com o coordenador regional Edson Fagundes.

Conforme a diretora-presidente da Iagro ((Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Maria Cristina Galvão Rosa Carrijo, o prazo para vacinação na região do Pantanal vai até 15 de junho.

O prazo foi aberto em primeiro de maio. “Temos ainda um período de 30 dias para vacinar”, afirma. Dados da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) apontam que há 20 mil cabeças de gado nas terras invadidas.

Mato Grosso do Sul registrou foco da doença em 2005, nos municípios de Eldorado, Mundo Novo e Japorã, região de fronteira com o Paraguai, e só retomou em 2008 o status de área livre de febre aftosa com vacinação. Somente no ano passado, o Ministério da Agricultura reconheceu a área como livre de aftosa.

Conflito – A invasão das fazendas, denominada pelos índios como retomada, foi deflagrada na semana passada, após o STF (Supremo Tribunal de Justiça) considerar nulos os títulos de terra localizados em área indígena no sul da Bahia. Conforme os fazendeiros, indígenas armados expulsaram os funcionários.

A demarcação da reserva dos kadiwéus, localizada entre Porto Murtinho e Corumbá, foi em 1981. Dos 538 mil hectares, 160 mil estão em disputa na Justiça desde 1987. O processo tramita há 25 anos no STF (Superior Tribunal Federal).

À época, o governo do Estado concedeu títulos de posse da terra. Contudo, a história da terra dos kadiwéus remonta ao Segundo Reinado, quando o imperador Dom Pedro II doou a área como contrapartida pela participação dos indígenas na Guerra do Paraguai.

Na próxima quinta-feira, a situação será tema de audiência na Justiça Federal de Corumbá e de reunião em Brasília.

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