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Interior

Forças de segurança são acionadas para acompanhar eleição em aldeia na fronteira

Comunidade em Paranhos tem disputa interna acirrada e eleição foi marcada para o próximo domingo (17)

Gabriela Couto | 13/09/2023 18:49
Mobilização pedindo eleição para troca de capitão de território indígena ocorreu na Casa de Reza (Foto: Divulgação)
Mobilização pedindo eleição para troca de capitão de território indígena ocorreu na Casa de Reza (Foto: Divulgação)

A comunidade da Terra Indígena Pirajuí, em Paranhos, que faz divisa seca com o Paraguai, passa por um momento crítico de segurança interna. A superintendência da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) na região sul do Estado recebeu o alerta para o processo democrático que vem se desenhando nos últimos meses, após moradores rejeitarem a gestão do atual capitão Máximo Velasquez.

Uma parte da comunidade com cerca de 2.000 pessoas quer uma nova eleição interna, o que é rejeitado pela liderança que está há três anos na função de cacique. Uma nova eleição foi marcada para o próximo domingo (17), na escola indígena Adriano Pires, a partir das 8h.

O MPF (Ministério Público Federal), a PF (Polícia Federal), a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) e a Força Nacional foram acionados para acompanhar de perto a situação nos próximos dias, já que o local está perigoso e há denúncia de indígenas armados.

Indígenas da região da fronteira com o Paraguai fizeram faixas pedindo a troca de liderança (Foto: Divulgação)
Indígenas da região da fronteira com o Paraguai fizeram faixas pedindo a troca de liderança (Foto: Divulgação)

“Sabemos e está bem claro que na Constituição de 1988, garantem a comunidade essa autonomia de suas organizações próprias que devem ser ouvidas e respeitadas. Por esse motivo, a maiorias da comunidade decidiu de que quer a eleição, e queremos que as instituições responsáveis marquem presenças neste dia para acompanhar esse processo, assegurando que seja democrático e pacífico”, disse um dos candidatos na eleição, Darci Duarte.

Ele afirma que está muito perigoso o período eleitoral no território, principalmente à noite. A Funai teme por uma disputa violenta entre os grupos.

Também entraram na disputa Carlos Romero e Isabelino Cabral. A reportagem tentou contato com os outros candidatos, mas não conseguiu retorno.

O capitão alega que não é contra a eleição, mas que o mandato dele vence no próximo ano. “Já que eles se levantaram contra mim, sem motivo nenhum, fazendo perseguição da minha gestão. Uma política suja e de ameaças. Um dos candidatos quer fazer arrendamento, mas é proibido na área indígena. Eu vou fazer uma reunião geral no sábado para confirmar se querem mesmo a eleição no domingo. Vou respeitar a decisão”, assegurou Máximo.

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