ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUARTA  20    CAMPO GRANDE 34º

Interior

Fuga em massa do PCC não assusta quem já se acostumou com violência

Rotina da cidade, destino de turismo de compras no Estado, segue normal, apesar da caça a fugitivos de presídio

Maressa Mendonça e Aline dos Santos, enviada especial à fronteira | 20/01/2020 16:50
Ciclista passa à frente de policial com armamento pesado, em cidade fronteiriça ao Paraguai. (Fotos: Marcos Maluf)
Ciclista passa à frente de policial com armamento pesado, em cidade fronteiriça ao Paraguai. (Fotos: Marcos Maluf)

O clima de tranquilidade no comércio de Ponta Porã nesta segunda-feira (19) é indício de que viver na região de fronteira é se habituar com o cenário de violência. A cidade, distante a 323 quilômetros de Campo Grande, é separada por uma avenida de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, local da penitenciária de onde 74 presos fugiram no domingo (20). Todos eles são ligados à facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital).

São tantos os relatos de execuções, pistolagem, luta pelo controle do tráfico na região que a população está “mal acostumada”. Quem comenta é o vendedor de automóveis Luiz Fernando Vieira Azevedo, 36 anos. Segundo ele, as informações sobre reforço no policiamento da região divulgadas pouco após a fuga em massa também contribuem para uma sensação maior de segurança.

Relato semelhante é o do comerciante José Darci, de 47 anos, que há 26 anos é proprietário de restaurante em Ponta Porã. Nascido e criado na cidade, ele conta ter ouvido, nesta segunda, “barulho de polícia o dia todo”, mas isto não é significa alteração na rotina dele. “As pessoas já se acostumaram”.

Darci comenta também sobre outro fator que tem contribuído para sensação de tranquilidade um dia após a fuga. “O palpite é de que seria mais fácil para os criminosos ir para o Paraguai”.

Morador no assentamento Itamaraty, Irenildo Fernandes de Oliveira, de 40 anos, trabalha com a venda de lanches, o dia foi incomoum por ver mais agentes de segurança.

Fora isso, para ele, a cidade segue sua rotina. Diz que mantém os “malabarismos” para dar conta da rotina entre o assentamento e a cidade e percebeu, hoje, um aumento do movimento. Enquanto Irenildo ganhava o sustento, o lugar onde ele mora foi justamente onde ocorreu a primeira captura de foragidos do presídio paraguaio.

 

Cidade, "mal acostumada" com episódios de violência, segue sua rotina.
Cidade, "mal acostumada" com episódios de violência, segue sua rotina.
Nos siga no Google Notícias