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Interior

Grupo terrorista reaparece e queima trator em fazenda

Dois soldados do EPP distribuíram panfletos e obrigaram peão a ligar para rádio informando sobre ataque

Por Helio de Freitas, de Dourados | 29/01/2024 08:44
Policiais seguem para local onde terroristas do EPP atacaram propriedade rural (Foto: ABC Color)
Policiais seguem para local onde terroristas do EPP atacaram propriedade rural (Foto: ABC Color)

Após um ano e três meses de silêncio, o grupo terrorista EPP (Exército do Povo Paraguaio) voltou a agir na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Na tarde de sábado (27), dois soldados da guerrilha marxista atacaram uma fazenda na zona rural de Santa Rosa del Aguaray, a cerca de 140 quilômetros de Coronel Sapucaia (MS).

Um homem e uma mulher armados com fuzis e usando roupas camufladas cercaram o funcionário da Fazenda Dois Irmãos, se apresentaram como soldados do EPP e o obrigaram a ligar para a rádio ABC Cardinal, de Asunción, para informar sobre o ataque.

Ao peão, o casal entregou panfletos com propaganda da guerrilha e contra o governo. Em um deles, o EPP cobra informações sobre a filha adolescente de um de seus fundadores, desaparecida desde 2020.

Trator queimado por guerrilheiros do EPP, na faixa de fronteira com MS (Foto: ABC Color)
Trator queimado por guerrilheiros do EPP, na faixa de fronteira com MS (Foto: ABC Color)

Em troca, o grupo promete revelar informações sobre o policial Edelio Morinigo e o ex-vice-presidente do Paraguai Oscar Denis. Os dois foram sequestrados pelo grupo terrorista e não há garantias de que permanecem vivos.

Além dos panfletos, a guerrilheira entregou ao funcionário da fazenda uma carta escrita à mão, com ameaças de morte contra os proprietários de outra fazenda da região. Eles teriam mantido em sigilo a presença dos terroristas na propriedade, contrariando orientação dos terroristas para que divulgassem o ataque, ocorrido em data desconhecida.

Por fim, os dois guerrilheiros colocaram fogo no trator conduzido pelo funcionário da fazenda, o obrigaram a andar a pé até a sede e fugiram. Equipes da Polícia Nacional e das Forças Armadas do Paraguai se deslocaram para a propriedade onde ocorreu o ataque de sábado.

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