Homem que tentou matar ex é preso e polícia evita tragédia
Acusado de 26 anos foi preso por guardas e indiciado em nova lei de perseguição
Ação imediata de policiais e guardas municipais evitou novo caso de feminicídio nesta quinta-feira (8) em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Homem de 26 anos, que em 2017 tinha tentado matar a ex-mulher com tiro no peito, foi preso depois de seis meses de perseguição e ameaças contra a vítima.
O homem teve a prisão preventiva decretada com base na Lei 14.132/2021, em vigor há uma semana no País e que torna crime perseguição “de forma contumaz e obsessiva” contra outra pessoa.
É a segunda prisão baseada na nova lei, que criou no Brasil o crime de “stalking” (perseguição, em tradução literal). A outra ocorreu ontem, quando homem de 59 anos foi preso em flagrante por perseguir e ameaçar a ex-mulher de quem está separado há 12 anos.
“A Guarda Municipal de Dourados evitou uma tragédia na cidade”, afirmou o a delegada Paula Ribeiro, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) em Dourados.
Segundo ela, em 2 de agosto de 2017, a mulher de 32 anos escapou da morte depois de ser baleada no peito pelo ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento.
Em outubro do ano passado, o homem voltou a perseguir e ameaçar a ex-mulher. Na terça-feira (6), novamente ele a procurou para fazer ameaças.
“Ontem ela procurou a delegacia para noticiar esse fato, registramos o boletim de ocorrência e representamos pela decretação da prisão preventiva ao Poder Judiciário. Também pedimos apoio para a Guarda Municipal e para a Polícia Militar, para que todos ficassem atentos”, afirmou a delegada Paula Ribeiro.
Segundo ela, era grande a possibilidade de o homem tentar novamente contra a vida da ex-mulher. “O Poder Judiciário, por meio do doutor Alessandro, da Vara de Violência Doméstica, decretou a prisão e o mandado foi cumprido hoje pela Guarda Municipal”, explicou a policial.
Levado para a Delegacia da Mulher, o homem foi indiciado por crime de perseguição (stalking) e será encaminhado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). “Ficamos com a certeza que a vida dessa vítima está protegida”.
Sancionada no dia 31 de março e em vigor desde 1º abril, a lei não se aplica para fatos anteriores, mas se a vítima já sofria perseguição antes e continua sofrendo, pode registrar o boletim de ocorrência com base no crime de perseguição. Foi o que fez a mulher de 32 anos.
A pena para perseguição vai de seis meses a dois anos de detenção e multa. Se ficar comprovado que o crime foi cometido contra mulher por razões da condição do sexo feminino, a pena pode chegar a três anos de prisão.