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Homem sequestrado em casa é encontrado morto com mãos decepadas

Ao lado do corpo foi deixado cartaz assinado pelos “Justiceiros da Fronteira”

Helio de Freitas, de Dourados | 06/03/2021 08:49
Policiais no portão do Clube do Laço, onde corpo foi deixado (Foto: Marciano Candia/Última Hora)
Policiais no portão do Clube do Laço, onde corpo foi deixado (Foto: Marciano Candia/Última Hora)

Foi encontrado morto na manhã deste sábado (6) o homem de 31 anos sequestrado por quatro bandidos armados na noite de ontem em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Com vários antecedentes por assaltos e outros crimes, Emílio Garcia Paredes foi vítima do grupo de extermínio autodenominado “Justiceiros da Fronteira”. Ele foi torturado, teve as mãos decepadas e morto a tiros. O crânio de Emílio foi destroçado pelos tiros, possivelmente de fuzil.

O corpo foi “desovado” no portão do Clube do Laço de Ponta Porã, na margem da BR-463, saída para Dourados. Pessoas que passavam pela estrada hoje de manhã encontraram o cadáver.

Cartaz de "Justiceiros da Fronteira" deixado ao lado do corpo (Foto: Marciano Candia/Última Hora)
Cartaz de "Justiceiros da Fronteira" deixado ao lado do corpo (Foto: Marciano Candia/Última Hora)

Ao lado do corpo foi deixado um cartaz com frases escritas em espanhol: “Justiceiros da Fronteira. Não roubar na fronteira. Vamos pegar cada um. É só o começo!”.

Cartaz semelhante foi deixado ao lado de várias vítimas de execução nos últimos anos na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O caso mais recente foi em setembro do ano passado. A vítima, Lucas Valdez Ramírez de 18, também tinha antecedentes por furtos.

Em novembro de 2019, o grupo de extermínio executou outras duas pessoas. Dagmar Cleidson Fêo, 26, foi morto com 28 tiros de pistola 9 milímetros em Ponta Porã. Três dias depois, João Vitor Barrios Hirakawauchi, 19, foi executado com tiros de fuzil, também em Ponta Porã.

Os dois faziam parte da mesma quadrilha que vinha praticando assaltos na fronteira. Ao lado dos corpos também foram deixados cartazes assinados pelos matadores.

Na época, o Campo Grande News apurou que as mortes teriam sido ordenadas pelos chamados “barões da fronteira”, que atuam no comércio e no contrabando, descontentes com os constantes assaltos em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

Violência sem fim – As cidades-gêmeas Pedro Juan Caballero e Ponta Porã seguem liderando a violência na fronteira seca entre Paraguai e Brasil. Pelo menos 30 pessoas já foram executadas neste ano nos dois lados da linha internacional de Antônio João a Sete Quedas.

Em Ponta Porã, três pessoas foram executadas e os corpos jogados na saída para Antônio João. Na mesma região, homem suspeito de ligação com o tráfico foi morto a tiros. Tudo isso ocorreu entre terça (2) e quinta-feira (4).

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