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Interior

Índios invadem sítio e polícia intervém para evitar novo confronto

Retirado por seguranças, índios colocaram fogo na palha de milho e prometem retornar para a área, na região leste de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 28/08/2019 15:20
Seguranças contratados por sitiantes e ao fundo viatura do Corpo de Bombeiros (Foto: Fabio Dorta/RIT TV)
Seguranças contratados por sitiantes e ao fundo viatura do Corpo de Bombeiros (Foto: Fabio Dorta/RIT TV)

Policiais militares estão na tarde desta quarta-feira (28) em sítios nos arredores do perímetro urbano de Dourados, a 233 km de Campo Grande, para evitar confronto entre proprietários, seguranças contratados por eles e índios que há vários meses ameaçam invadir as terras.

Por volta de meio-dia de hoje, grupo de índios invadiu o sítio de 25 hectares de propriedade do empresário Cláudio Iguma, localizado entre o anel viário norte e o Residencial Monte Carlo. Seguranças contratados pelos sitiantes daquela região estavam presentes e houve princípio de tumulto.

Policiais da Força Tática da PM foram chamados ao local para evitar confronto. Os índios saíram da propriedade, mas antes atearam fogo na palha de milho, colhido recentemente. Foi preciso acionar o Corpo de Bombeiros para evitar que as chamas se espalhassem por outras propriedades.

Os índios cruzaram a pista do anel viário e permanecem no local, como mostra o vídeo abaixo. Com o rosto coberto, um deles, que se identificou como Miguel e diz ter vindo de Aquidauana, afirmou que o grupo vai ocupar o sítio novamente.

A região vive clima de tensão entre sitiantes e índios desde o ano passado devido às tentativas de ocupação das terras particulares, que ficam nos arredores da Reseva Indígena de Dourados, onde vivem pelo menos 17 mil pessoas das etnias Terena e Guarani-Kaiowá.

São pelo menos 30 sítios localizados nessa região, ao lado da aldeia Bororó. Os índios cobram a inclusão das terras ao território da reserva, já que parte da área demarcada em 1917 não estaria em poder da comunidade indígena. Os proprietários contestam e afirmam que os sítios e fazendas dali nunca foram terras indígenas e que possuem documentos de posse das áreas.

Também com esse argumento, os índios mantêm invadidos desde março de 2016 sete sítios na margem do anel viário, mas um pouco distante do local da ocupação de hoje. O caso se arrasta na Justiça Federal. Conforme os sitiantes, a demora da Justiça e o descaso do Estado só agravam o risco de confronto.

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