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Interior

Índios plantam lavoura em 300 hectares de fazendas invadidas em Sidrolândia

Edivaldo Bitencourt | 30/10/2013 14:22
Índios trabalham no cultivo de milho em área invadida em Sidrolândia (Foto: Divulgação)
Índios trabalham no cultivo de milho em área invadida em Sidrolândia (Foto: Divulgação)

Os índios plantaram em aproximadamente 300 hectares das seis fazendas ocupadas em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. Eles contaram com o apoio da Funai (Fundação Nacional do Índio), que doou óleo diesel para o cultivo de diversas culturas, desde feijão até milho.

Desde maio deste ano, os índios ocupam as fazendas Buriti, Lindóia, Cambará, Estrela, São José e 3R. Segundo o coordenador técnico da fundação, Jorge Antônio das Neves, os índios plantaram abóbora, melancia, milho, feijão de corda e arroz, entre outros.

Segundo Neves, a Funai doou óleo diesel para os tratorees utilizados no preparo da terra. Foram doados aproximadamente R$ 50 mil em combustível. Os índios compraram sementes e insumos. 

Durante o plantio, nesta semana, os indígenas comemoraram, nesta semana, o plantio na área. Eles portavam cartazes com a frase "área retomada", como eles definem as áreas consideradas tradicionalmente indígenas que foram reconhecidas pelo Governo federal. 

Eles estão nas áreas desde maio deste ano, quando a tentativa de desocupação causou a morte do índio Oziel Gabriel durante confronto com a Polícia.

Os índios exigem a ampliação da reserva Buriti de 2.090 hectares para 17 mil hectares. No entanto, a entrega das 28 propriedades rurais depende do pagamento das indenizações pelo Governo federal. Um grupo de técnicos estão na região fazendo o levantamento das benfeitorias e do valor da terra nua.

Estima-se que o valor total das indenizações fique em torno de R$ 200 milhões. A Funai já concluiu o levantamento da benfeitoria em 25 das 28 propriedades. Os donos das fazendas Cascata, Furna da Estrela e Água Clara impediram o acesso às propriedades. Um dos donos, o prefeito de Sidrolândia, Ary Basso (PSDB), justificou o veto. “Nossa terra não está a venda e só vamos permitir o acesso com ordem judicial”, explicou o tucano.

Os índios esperam uma solução, a entrega das terras, até 30 de novembro deste ano. No entanto, o pagamento da indenização depende da disponibilização de recursos pela União.

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