Indíos terena ocupam fazenda Bom Jesus, em Dois Irmãos do Buriti
Retomada começou ontem, cerca de 100 indígenas estão na área
Índios terena da aldeia Córrego do Meio estão desde ontem na fazenda Bom Jesus, entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Cerca de 100 indígenas entraram para ficar.
A propriedade faz parte dos 17 mil hectares reivindicados por eles há décadas e que só em 2001 foram considerados, através de estudos antropológicos como terra indígena.
A Córrego do Meio compõe as nove aldeias da região, juntos elas somam mais de 4 mil indígenas para 2 mil hectares de terra, outra reivindicação, porque matematicamente não é suficiente para o cultivo e sobrevivência dos terena.
Além da fazenda Bom Jesus, a propriedade 3R, próximo a aldeia Buriti está em retomada desde o dia 10 de maio.
Um grupo de trabalho foi formado depois de reuniões entre o final de maio e começo de junho, das lideranças indígenas com a Funai (Fundação Nacional do Índio) em Brasília, para avaliar as benfeitorias realizadas nos 17 mil hectares, a fim de acelerar a indenização e a demarcação física.
Impasse – Após a publicação do relatório de identificação, em 2001, fazendeiros da região pediram na Justiça que fosse declarada a nulidade da identificação antropológica.
Depois de nove anos de espera, com a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, de São Paulo, reconhecendo os direitos territoriais dos terena, foi publicada a portaria declaratória pelo Ministério da Justiça, com os limites da terra indígena Buriti.
De lá para cá, foram diversas movimentações do povo terena pedindo rapidez no julgamento dos processos e a conclusão das demarcações.
Em Outubro de 2009, houve uma grande mobilização de retomada de terras, no mês seguinte, os terena acabaram sendo violentamente expulsos por ação da Polícia Militar do Estado em conjunto com fazendeiros incidentes na região, sem que houvesse ordem judicial para isso.