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Interior

Irmão de vítima de feminicídio é intimado por vaquinha para pagar investigação

Ele foi ouvido e liberado nessa terça-feira (18); nas redes sociais disse que foi mal interpretado

Mariana Rodrigues | 19/05/2021 14:11
O corpo de Fernanda Daniele foi encontrado degolado, jogado em um milharal à beira da MS-276, entre Batayporã e Nova Andradina no dia 29 de abril deste ano. (Foto: Arquivo pessoal)
O corpo de Fernanda Daniele foi encontrado degolado, jogado em um milharal à beira da MS-276, entre Batayporã e Nova Andradina no dia 29 de abril deste ano. (Foto: Arquivo pessoal)

O irmão de Fernanda Daniele de Paula Ribeiro dos Santos, ex-presidente do PSL, foi intimado nessa terça-feira (18), a prestar esclarecimentos, após publicações em uma rede social em que ele pedia colaboração para uma vaquinha virtual para custear fundos que ajudariam a pagar despesas com investigação no feminicídio da irmã.

Conforme informações do jornal Nova News, o vendedor de 27 anos, teria usado o Facebook para fazer uma postagem onde divulgava a vaquinha eletrônica para arrecadar fundos e assim pagar custos cartorários, de transporte do corpo e os custos com o funeral e também custos com a investigação que ainda está em andamento.

Após ficar sabendo da postagem, o delegado da Polícia Civil, Filipe Davanso Mendonça, responsável pelas investigações da morte de Fernanda, emitiu uma nota esclarecendo que não exigiu de familiares quaisquer valores, portanto desconhece as razões pelas quais há menção de investigação ser causa para arrecadação de fundos.

Ainda conforme a nota emitida pelo delegado, o responsável pela publicação, irmão da vítima, será intimado para prestar esclarecimentos sobre o teor da publicação. Ontem mesmo o irmão de Fernanda foi ouvido na delegacia onde prestou esclarecimentos e foi liberado. “Ele foi ouvido e liberado, pois não cometeu nenhum crime”, explica o delegado.

“A vaquinha com relação a velório pode cobrar, o que não pode haver é qualquer informação com relação a custo de investigação, por isso ele foi intimado, para ser ouvido para informar a sobre o vínculo da causa de recebimento aos custos de investigação uma vez que é isenta de qualquer custo”, explica. O delegado não quis divulgar o teor da oitiva.

Ontem mesmo, por volta das 17h37, o irmão de Fernanda fez outra publicação dizendo que teria se expressado mal e “algumas pessoas entenderam que a investigação está sendo cobrada”. Na postagem ele ressalta que o serviço é gratuito, tanto das investigações quanto os laudos do IMl (Instituto Médico Legal).

“Gente fiz uma publicação mais cedo divulgando que criei uma vakinha social pra ajudar a pagar os custos do funeral transporte do corpo da minha irmã custos com cartório... e acredito ter me expressado mal, algumas pessoas entenderam que a investigação está sendo cobrada e os laudos de IML, isso é um serviço gratuito, a polícia civil não cobra, nem o IML, mas caso tenham qualquer dúvida em relação aos valores que estou pedindo apoio podem me procurar... grato pela compreensão. Enfatizo que não há custos com investigações e laudos do IML, os custos são referente a pax e cartório (sic)”, diz a publicação.

Post publicado ontem após o vendedor de 27 anos ser intimado a prestar esclarecimentos. (Foto: Reprodução Facebook)
Post publicado ontem após o vendedor de 27 anos ser intimado a prestar esclarecimentos. (Foto: Reprodução Facebook)

Até o momento, a vaquinha virtual arrecadou R$ 440 e tem seis apoiadores. O jornal tentou contato com o irmão de Fernanda, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Caso- O corpo de Fernanda Daniele foi encontrado degolado, jogado em um milharal à beira da MS-276, entre Batayporã e Nova Andradina no dia 29 de abril deste ano. Na época a polícia apreendeu o aparelho celular da vítima para ajudar nas investigações. Um notebook também foi apreendido, onde os policiais encontraram prints que estão ajudando a traçar a linha de investigação do crime.

Através do notebook, as investigações apontaram o advogado Alexandra França Pessoa, 44 anos, como um dos principais suspeitos de cometer o assassinato. Ele mantinha relacionamento amoroso com a vítima desde 2019.

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