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Interior

Juiz mantém sob escolta índio ferido a tiro em tentativa de invasão

Magistrado já tinha revogado prisão, mas mandou polícia conduzir rapaz de 21 anos para audiência de custódia após alta médica

Helio de Freitas, de Dourados | 15/10/2019 10:49
Palco do confronto de sábado, que teve até ameaça contra policiais (Foto: Reprodução)
Palco do confronto de sábado, que teve até ameaça contra policiais (Foto: Reprodução)

Continua internado, com escolta policial, Ezequiel Gonçalves Canteiro, 21, preso sábado (12) após novo confronto entre índios e seguranças contratados por proprietários de sítios ameaçados de invasão na região oeste de Dourados, a 233 km de Campo Grande.

A determinação é do juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias, da 1ª Vara Criminal de Dourados. No domingo (13), o magistrado já havia determinado a liberdade provisória de Ezequiel mediante pagamento da fiança arbitrada pela Polícia Civil. Entretanto, como o preso não pode ser levado para a audiência de custódia agenda para ontem, o juiz manteve a escolta até a alta médica.

Ferido com tiro na perna, Ezequiel está internado no Hospital da Vida. Ele foi preso acusado de invasão de estabelecimento agrícola e sabotagem.

De acordo com proprietários das áreas ameaçadas de invasão, Ezequiel estava entre o grupo que tentou entrar nos sítios no sábado. Ele foi detido por seguranças particulares e entregue à Polícia Militar.

Conforme o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, somente na delegacia os PMs descobriram que ele tinha ferimento de tiro na perna. Sitiantes ouvidos pelo Campo Grande News afirmam que os seguranças não fizeram nenhum disparo na direção dos índios.

O juiz douradense também concedeu liberdade provisória para Rosileiva da Silva, 37, presa acusada de tentativa de homicídio, tentativa de incêndio e tortura contra policiais militares. O sobrinho dela, de 12 anos, apreendido pela PM, também foi liberado.

O confronto – A área ameaçada de invasão, ao lado da Aldeia Bororó, é palco de confrontos há um ano. No sábado, dezenas de índios investiram contra um dos sítios. Gritando, eles prometiam invadir a terra e expulsar os proprietários.

A tentativa de invasão terminou em confronto entre os índios e seguranças privados, contratados pelos sitiantes para evitar a ocupação das propriedades.

Ezequiel estava com uma espingarda falsa, feita com pedaço de madeira e cano de ferro. A prisão dele causou ainda mais revolta. Armados com flechas, facões e bombas caseiras feitas com líquido inflamável em garrafas de vidro, os índios investiram contra os policiais e ameaçaram colocar fogo na viatura.

Cercados, os PMs tiveram que pedir apoio para a equipe que havia levado Ezequiel para a delegacia. A tensão aumentou e foi preciso acionar a Tropa de Choque da Polícia Militar, que ficou no local até o final da tarde de domingo.

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