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Interior

Justiça determina perícia em celulares apreendidos com pistoleiros

Os quatro suspeitos presos no sábado podem estar ligados a morte da filha do governador Ronald Acevedo

Geisy Garnes | 08/11/2021 17:29
Os quatro homens são apontados como autores de assassinato na fronteira. (Foto: Divulgação)
Os quatro homens são apontados como autores de assassinato na fronteira. (Foto: Divulgação)

Os quatro suspeitos presos no sábado (6) por envolvimento em assassinatos na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai tiveram a preventiva decretada neste domingo (7). A Justiça ainda determinou a quebra do sigilo telefônico de todos os aparelhos encontrados com eles no dia do flagrante, o que pode auxiliar nas investigações dos crimes de pistolagem.

As prisões de Carlos Daniel Ferreira da Lima, de 20 anos, Vitor Nunes Dias, de 21 anos, Tiago Ledesma Costa, de 23 e Delio Martinez, de 22, foram decretadas após pedido da Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira).

Na decisão, o juiz afirma que as investigações apontam que os suspeitos estão envolvidos na “prática de pistolagem e disputa de facções criminosas” na região de fronteira –especificamente em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero – e, por isso, a prisão preventiva se faz necessária, assim como a quebra do sigilo telefônico dos celulares apreendidos com eles.

Além disso, a perícia da arma encontrada na casa em que estavam, uma pistola Taurus PT 24/7 calibre 9 milímetros, deve ajudar nas investigações em andamento sobre os homicídios.

Policiais do Batalhão de Choque chegaram à casa em que os suspeitos estavam, em Coronel Sapucaia – cidade a 400 quilômetros da Capital – após denúncias de que o local era usado como ponto de abrigo para foragidos e depósito de armamentos. Quando se aproximaram, viram os quatro suspeitos pularem os muros e fugirem.

Eles foram perseguidos e presos. No momento da abordagem, Delio arremessou e quebrou o aparelho celular que carregava. Ainda assim, ele foi apreendido e também será periciado. O rapaz de 22 anos, que é paraguaio, confessou na delegacia ser o responsável pela casa e também o dono da pistola encontrada.

Afirmou que fugiu porque o irmão foi assassinado recentemente e teve medo de estar sendo perseguido. Pelo mesmo motivo, alegou, comprou a arma há cerca de cinco meses. Para a polícia brasileira, explicou que estava em Coronel Sapucaia para trabalhar na plantação de mandioca, mas a versão é contestada pela polícia paraguaia.

Delio Martinez foi preso no dia 6 de novembro, em Coronel Sapucaia. (Foto: Divulgação)
Delio Martinez foi preso no dia 6 de novembro, em Coronel Sapucaia. (Foto: Divulgação)

Foragido – Delio Martinez é apontado pela polícia paraguaia como o autor de um feminicídio e um homicídio em Capitán Bado, cidade que faz fronteira com Coronel Sapucaia. Além disso, ele ainda é investigado por participar de assassinatos em Santa Rosa, Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.

Um dos crimes, segundo investigações preliminares, é a chacina que vitimou a filha do governador Ronald Acevedo, a estudante de Medicina Haylee Carolina Acevedo, de 21 anos, o namorado dela Osmar Vicente Álvarez Grance, 29, o “Bebeto”, e as brasileiras Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, e Kaline Reinoso de Oliveira, 22.

Eles foram mortos com pelo menos 117 tiros por três pistoleiros, quando saíam de uma festa na madrugada de 9 de outubro.

Após a prisão de Martinez, o comissário de Capitán Bado encontrou em contato com a polícia brasileira e manifestou desejo pela extradição do paraguaio, caso ele não seja processado pela Justiça de Mato Grosso do Sul.

Arma, drogas e celulares apreendidos com os suspeitos. (Foto: Divulgação)
Arma, drogas e celulares apreendidos com os suspeitos. (Foto: Divulgação)

Os outros suspeitos – Enquanto a decisão sobre a entrega de Martinez ao Paraguai não acontece, ele responde no Brasil por porte ilegal de arma, tráfico de drogas e associação criminosa. Nos depoimentos, no entanto, ele afirmou conhecer apenas Carlos e que trabalham e moram juntos a cerca de 15 dias. Ele também confessou ser o dono da arma.

Durante o flagrante, no entanto, os policiais do Choque encontraram oito quilos de maconha na casa ao lado, que pertence a Tiago Ledesma. No depoimento, o suspeito apenas assumiu ser o proprietário da droga e depois ficou em silêncio. Ele estava foragido da Justiça por condenação de tráfico de drogas e, por isso, foi recapturado.

Vitor Nunes também já possui passagem. Ele ficou preso um ano e oito meses por tráfico de drogas, mas acabou inocentado no recurso da decisão. Para a polícia, alegou que mora com a irmã na casa ao lado dos paraguaios e só fugiu por medo da polícia estar atrás dele.

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