Justiça põe em liberdade acusados de envolvimento no assassinato de cacique
A Justiça Federal concedeu liberdade para pelo menos dois presos acusados de envolvimento na morte e desaparecimento do cacique Nísio Gomes, 59 anos. A decisão é ontem, do desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Antonio Cedenho.
O pedido de habeas corpus foi feito para 8 dos 18 presos do caso, segundo um dos advogados dos acusados, Diego Marcondes. Entre os 8 clientes do advogado, estão funcionários e o proprietário de uma empresa de segurança de Dourados, acusada pela Polícia Federal de envolvimento no assassinato de Nísio.
O dono da empresa, Aurelino Arce, é um dos beneficiados pelo habeas corpus e está preso em Campo Grande. O outro que teve a liberdade concedida é Ricardo, preso no presídio de Dourados.
Os advogados do caso ainda aguardam o parecer sobre os outros seis pedidos de liberdade.
O cacique foi morto no dia 18 de novembro, durante um ataque ao acampamento indígena Guayviry, em Aral Moreira. O corpo do indígena continua desaparecido.
As investigações apontam que fazendeiros locais contrataram a empresa de segurança para expulsar os índios do acampamento em uma área requerida pelos indígenas. O conflito resultou no ataque aos indios e na morte de Nísio.
Os 18 presos são acusados de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de testemunhas. No inquérito, foram indiciadas 23 pessoas, entre mandantes e executores.