Marca de fábrica de celulose foi usada como disfarce por traficantes de cocaína
O caminhão que transportava 889 kg da droga e foi apreendido na BR-262 estava adesivado com o nome da empresa
A logomarca da Fibria, fábrica de celulose instalada em Três Lagoas, foi usada por quadrilha de traficantes de cocaína como disfarce.
O caminhão que transportava 889 kg da droga e foi apreendido na BR-262 estava adesivado com o nome da empresa. A intenção do grupo era que o veículo passasse despercebido pela base da PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Água Clara.
Os traficantes só não contavam que já estavam sendo monitorados pela PF (Polícia Federal).
Flagrante – A ação conjunta da PRF e da PF prendeu a quadrilha liderada por Nelson de Oliveira Leite Falcão, de 47 anos, na noite desta quinta-feira. O homem empresa usada para lavar o dinheiro do tráfico.
Conforme divulgou a PRF, a primeira abordagem em Água Clara, foi de uma Toyota Hilux, com placas de São Paulo (SP), que era conduzida por Nelson. Com ele, estava um homem de 35 anos e num primeiro momento, o motorista se identificou como empresário do ramo do agronegócio.
Quase que simultaneamente, um caminhão, com placas de Guarulhos (SP), fez uma manobra brusca para entrar no pátio de um posto de combustíveis. Uma equipe da polícia foi ao local, abordou o motorista e constatou que ele usava documentos falsos. Policiais também descobriram que o caminhão pertencia a Nelson.
Com dois veículos sob suspeita, cães farejadores foram levados até o local das abordagens. Foi quando a polícia encontrou a cocaína escondida no tanque de combustível do caminhão.
Um terceiro veículo, outra Toyota Hilux, com placas de Betim (MG), foi parada. A caminhonete era conduzida por um homem de 26 anos na companhia do passageiro de 36,.
O condutor, segundo a polícia, demonstrou nervosismo e apesar da caminhonete estar plotada com adesivo da empresa de Nelson, os ocupantes negaram que conheciam o motorista e passageiro da outra Hilux que estava parada na unidade da PRF de Água Clara.
Em família – A PRF constatou que quatro dos envolvidos são parentes em primeiro grau – Nelson é tio dos outros três envolvidos.
Só então que Nelson revelou seu verdadeiro nome, disse ainda que usava os documentos do irmão, sem o conhecimento dele, porque é foragido da Justiça. Ele cumpria pena no regime semiaberto por tráfico de drogas em Campo Grande
Nelson admitiu ainda que abriu a empresa lavar dinheiro e revelou que o destino do entorpecente seria a cidade de São Paulo.
O motorista do caminhão foi contratado para pegar o veículo, já carregado com a droga, em um pátio de um posto de combustível em Aquidauana e levar até a capital paulista, onde receberia pelo transporte.
Ambos disseram que viajavam para São Paulo para buscar maquinários agrícolas para seu patrão que tem uma fazenda no Pantanal.
Empresa - Em nota, a Fibria reafirmou, conforme apuraram a PRF e a PF, que o “veículo apreendido com drogas não faz parte de sua frota e nem da de seus fornecedores”. “A logomarca
da empresa que está estampada no veículo foi copiada ilegalmente e sem autorização”, informou a indústria por nota.